Quinta-Feira, 10 de Outubro de 2024

Empreendedorismo feminino cresce na região de Picos: entenda as vantagens, desafios e motivações

Publicado em 08/03/2023
Por Redação
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Empreendedorismo feminino/Reprodução

Por: Danilo Eliéser

Com os avanços de recursos tecnológicos e programas de capacitação, financiamento e mentoria específicos para mulheres, o empreendedorismo feminino teve um aumento significativo no país nos últimos anos.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC) do IBGE de 2021, no Piauí, a taxa de empreendedorismo feminino foi de 25,1%, número acima da média nacional. Além disso, dados do Sebrae-PI, em 2022, mostram que cerca de 43% das empresas formalizadas no estado eram lideradas por mulheres, o que demonstra uma participação significativa do empreendedorismo feminino na economia do estado.

Na região de Picos, é possível perceber esse avanço, considerando que o ramo empresarial é predominante na área do comércio e prestação de serviços, e o varejo local é composto em grande parte por mulheres, principalmente no que diz respeito a lojas de confecções, roupas e calçados, acessórios, decoração, lanchonetes, entre outras.

De acordo com a gerente regional do Sebrae de Picos, Ana Mary Dias, cerca de 90% do comércio picoense é gerenciado por mulheres. Ela atribui os números à capacidade que as mulheres possuem de resolver inúmeras questões ao mesmo tempo, se mantendo otimistas e capazes de atender e gerenciar bem, mesmo em situações difíceis.


Gerente regional do Sebrae, Ana Mary Dias

“O empreendedorismo feminino é muito aflorado em toda a macrorregião de Picos. O número de mulheres à frente de pequenos, médios e grandes negócios é perceptível, e isso ocorre porque as mulheres, de modo geral, são mais dinâmicas e tem grande capacidade de fazerem com perfeição e otimismo vários tipos de atividade ao mesmo tempo. Diariamente vemos mulheres que já atuam em seus próprios negócios, se formalizando cada vez mais, e espero que com isso possamos ter resultados ainda maiores, pois o mundo precisa de mais mulheres em setores administrativos e grandes cargos”, afirmou.

Para Sara Luz, empreendedora no ramo de cestas e personalizados, o desenvolvimento do empreendedorismo feminino na região está diretamente ligada com a chegada da pandemia da Covid-19 e com os avanços do meio digital.

Além disso, a jovem afirma que a flexibilidade oferecida pelo empreendedorismo é particularmente atraente para muitas mulheres que buscam conciliar suas carreiras com responsabilidades familiares e outras obrigações pessoais. Por meio do empreendedorismo, elas podem ter mais controle sobre sua vida profissional e pessoal.


Empreendedora Sara Luz

“Com a pandemia, eu vejo que o número de mulheres empreendedoras aumentou bastante, pois muitas delas perderam seus empregos formais e viram o empreendedorismo como uma saída para manterem uma fonte de renda. Além disso, muitas optam pelo empreendedorismo, porque ele te dá liberdade de tempo e possibilidade de escolher o horário para trabalhar. O meio digital também contribui bastante com esse avanço, pois nós que estamos iniciando muitas vezes não temos como montar uma loja física, e muitas mulheres abrem suas lojas exclusivamente online”, destacou.

Embora haja muitas histórias inspiradoras de mulheres que superaram os desafios e construíram negócios bem-sucedidos, ainda existem barreiras significativas que impedem as mulheres de terem igualdade de oportunidades no mundo dos negócios. Muitas vezes, elas enfrentam discriminação e preconceito, além de terem menos acesso a financiamento e redes de contatos.

Mara Verlúcia, que trabalha como barbeira na cidade de Picos, é um exemplo de que as mulheres podem e devem exercer qualquer tipo de função. A profissional fala sobre a importância da representatividade em atuar em uma área constituída predominantemente por homens.


Barbeira Mara Verlúcia

“Eu acho importante as mulheres saberem que não existem somente barbeiros, mas barbeiras também, ou seja, mulheres que gostam de cortar cabelos masculinos. Eu amo a minha profissão, é algo que eu sempre quis e quero levar para toda minha vida. Minha mãe é cabelereira, ela trabalha com o público feminino, mas eu preferi seguir essa outra área e vejo que hoje já existe uma aceitação maior do público em relação a isso. Já passei por situações que as próprias mulheres não aceitaram muito bem o fato de os maridos terem seus cabelos e barbas feitos por uma mulher, mas hoje a aceitação já é bem maior e eu quero que todos entendam que é uma profissão digna como qualquer outra”, pontuou.

A matéria acima faz referência ao Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira, 08 de março. A data é um momento de reflexão sobre a luta e as conquistas das mulheres, principalmente por igualdade e respeito ao longo da história.
 

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