Terça-Feira, 08 de Outubro de 2024

Construção de escada no Morro do Quebra Pescoço para por falta de recursos

Publicado em 14/10/2013
Por Jailson Dias
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Escada está incompleta e comunidade precisa de recursos /Jailson Dias

Há mais de um ano que a comunidade do bairro Ipueiras deu início a construção de uma grande escada no Morro do Quebra Pescoço, onde regularmente acontecem celebrações religiosas. Liderado pelo mecânico Antônio Francisco do Nascimento, o Zé Neguinho, que trabalhava como servente de pedreiro nessa obra, e ajudava a angariar recursos, a construção da escada sofreu uma pausa devido a falta de dinheiro para aquisição do material.

Em entrevista ao Folha Atual ele conta que a motivação para a construção dessa escada, que ajudasse os fiéis a subir o morro e fazer as suas orações, veio de uma missa celebrada pelo Pe. Walmir Lima. Na ocasião o sacerdote conclamou a comunidade a fazer uma cobertura sobre a cruz que existe naquele lugar. “Eu fiquei caladinho e tocou no meu coração”, declarou Zé Neguinho.

Muito religioso, Zé Neguinho, ligado a Renovação Carismática da Igreja Católica, enfatiza que começou a liderar o processo contando com a participação da comunidade. Ele diz ter recebido o apoio inicial do então prefeito Gil Paraibano (PMDB), já na proximidade das eleições municipais, mas o auxilio não teve continuidade. “Nós estamos pedindo ajuda que é para fazer uma cobertura, mas nós também queremos fazer uma capela que é para o terço dos homens”, comentou.

As missas acontecem anualmente em cima do morro, sempre no dia 03 de maio e 14 de setembro, este último, dia da Santa Cruz.

Para concluir a obra, Zé Neguinho informa que a comunidade está precisando de cimento e “duas carradas de areia”, faltando ainda tijolos e os recursos financeiros para pagar os pedreiros.

Zé Neguinho diz que trabalhava gratuitamente como ajudante de pedreiro. Muitas famílias do bairro Ipueiras fizeram doações para a realização de bingos e outras atividades que ajudassem a angariar dinheiro. Até garrotes foram colocados a disposição para que houvesse o levantamento desses recursos, mas nesse momento o certo é que as obras continuam paradas.

A escada tem dois metros de largura e 145 degraus. “Isso vai passar de geração para geração, e depois que botou mais degraus dobrou o fluxo de gente”, comentou.

O mecânico garante que as obras serão retomadas tão logo haja recursos para pagar os pedreiros e finalmente concluir o trabalho. Zé Neguinho é muito conhecido no bairro Ipueiras e pode ser encontrado na Oficina de Odevaldo.

A tradição em torno do Morro do Quebra Pescoço se originou a partir da lenda de um vaqueiro que ao perseguir um garrote caiu do cavalo e fraturou o pescoço. Não há informações sobre a data precisa em que isso aconteceu, sabendo-se apenas que teria sido há mais de 100 anos, quando a cidade ainda era uma vila, desde então a lenda se perpetuou e as celebrações religiosas em cima do morro passaram a ser uma tradição.

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