Terça-Feira, 08 de Outubro de 2024

Saída do 3° BEC de Picos ainda depende de estudo do Exército brasileiro

Publicado em 14/10/2013
Por Jailson Dias
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3° BEC poderá sair de Picos/Jailson Dias

Nos últimos dias muitos políticos tem manifestado preocupação ante a possível saída do 3° Batalhão de Engenharia e Construção (3° BEC) da cidade de Picos. Sobre esse assunto nossa equipe conversou com o atual comandante do batalhão, coronel Ivan Oliveira. Ele informou que há um estudo sendo realizado pelo Exército brasileiro quanto a possibilidade de deslocar essa unidade para o estado do Tocantins, cujo governo demonstrou interesse de sediá-lo.

O coronel Ivan (foto abaixo) diz que o estudo ainda está em andamento sem previsão de conclusão. A comissão que avalia a possibilidade de transferência do batalhão foi constituída ainda no final de 2012, e todo o seu trabalho está sendo desenvolvido a partir de Brasília, ou seja, pelo alto comando do Exército brasileiro, algo que foge da alçada local.  “Não foi definido a área para essa transferência, sendo assim o estudo está em andamento e nenhuma decisão foi tomada”, explicou.

O Governo do Estado do Tocantins realizou o pedido por não sediar nenhum Batalhão de Engenharia e Construção ao passo que o Piauí é o único Estado da federação que possui dois, o 2° BEC em Teresina e o 3° BEC aqui em Picos. No Brasil existem 11 Batalhões de Engenharia e Construção espalhados pelo território nacional.

O coronel Ivan diz entender a preocupação de muitos setores da sociedade picoense quanto a possibilidade da saída do 3° BEC, uma vez que ele foi instituído em dezembro de 1957, instalando-se em Natal-RN em março de 1958, chegando a Picos em maio de 1971, portanto, extremamente ligado a história local. “Quando chegou a Picos não havia energia elétrica, então o 3°BEC participou desse trabalho de desenvolvimento da cidade”, comentou.

Com um efetivo de pelo menos 1000 pessoas, dentre militares e civis, o coronel informa que são injetados na economia local pelo menos R$ 4 milhões por mês, contando ainda os recursos destinados pelo governo federal para aquisição de insumos para obras realizadas até em outros estados. Esses recursos podem chegar a ordem de R$ 50 milhões por ano, atestando assim que o batalhão ainda tem um papel muito importante junto as finanças picoense.

“Têm muitas empresas que cresceram junto com o 3° BEC, temos muitos parceiros. Mesmo chegando esse ano, analisando as licitações passadas nós vemos empresários que eram pequenos até dez anos atrás e hoje são muito fortes, graças ao processo licitatório que eles vêm participando nesses anos todos”, explicou.

O coronel Ivan procura tranquilizar a população e autoridades locais afirmando que o estudo ainda vai demorar para ser concluído e, caso aconteça, a transferência de uma unidade do Exército demora até cinco anos, contando-se ainda a construção da nova sede.

Quanto a possibilidade da vinda do 72° Batalhão de Infantaria Motorizada (72° BIM) de Petrolina-PE para Picos, o coronel informou que essa ideia surgiu há mais de 10 anos quando se vislumbrou a possibilidade de troca entre as duas cidades, algo que não existe mais. O terreno onde se sedia o 3° BEC pertence a União, que decidirá o que fazer, caso realmente haja o deslocamento, também chamado de “manobra patrimonial”.

Dentre as mais importantes obras recentes do 3° BEC estão a conclusão da duplicação da BR 101 em Pernambuco, obra encerrada na semana anterior, além da conclusão parte que cabia ao batalhão quanto a transposição de parte das águas do Rio São Francisco em Floresta, estado do Pernambuco. No novo plano de trabalho consta a construção e pavimentação das estradas de acesso, também em Floresta, onde deverão ser construídos canais para que a água do São Francisco seja bombeada.

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