Brasil é o país com maior índice de depressão da América Latina

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 5.8% da população brasileira sofre de depressão, o que representa 11,5 milhões de casos registrados no país. De quebra, o índice é o maior da América Latina e segundo maior das Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos.

Apesar dos dados preocupantes, o Brasil não é exceção. Em todo o mundo os casos estão aumentando. Segundo a OMS, o número de pessoas vivendo com a enfermidade subiu 18,4% entre 2005 e 2015. A estimativa é que, atualmente, cerca de 322 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença em todo o planeta.

O órgão alertou que a depressão é a principal causa de incapacidade laboral no planeta e que as consequências dos transtornos mentais geram uma perda económica de 1 trilhão de dólares para o mundo.

O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, acredita que o índice brasileiro pode estar relacionado com a recessão e os problemas de desigualdade de renda. Ele avalia que na última década fatores como os desdobramentos dos casos de corrupção e a carência da rede pública de saúde contribuíram para o elevado registro da depressão no pais.

"Passamos por um período de descrença. Perdemos identificação com a política e com empresas que, antes consideradas referências, estão envolvidas em escândalos. O sistema de saúde pública é péssimo. Quem adoece não melhora. Temos um contingente imenso de pessoas que foram afastadas do mercado de trabalho devido a transtornos psiquiátricos, como depressão, ansiedade e pânico. Ainda assim, não existem clinicas de reabilitação para elas”, afirmou.

Ansiedade

Outro grande problema que a humanidade está a enfrentar é a ansiedade. A Organização indica que 264 milhões de pessoas sofrem com transtornos de ansiedade – 3,6% da população mundial. O Brasil também lidera as estatísticas na América Latina, com 9,3% da população com algum tipo de transtorno de ansiedade. Em relação à média mundial, a taxa do pais é três vezes superior. Os índices brasileiros também ultrapassam de forma substancial as taxas identificadas nos demais países da região: 7,6% no Paraguai, 6.5% no Chile e 6.4% no Uruguai.

Fonte: Saúde News