Concorrência com lojas de R$10,00 leva feira livre de Picos a entrar em crise

A grande feira livre de roupas e pequenos objetos, sediada na Praça Justino Luz de Picos, está passando pela maior crise de sua história. Muitos donos de barracas estão abandonando os seus pontos comerciais em busca de cidades ondem possam voltar a obter lucro. Nossa equipe esteve na feira conversando com alguns vendedores, a maioria culpou a concorrência com as lojas de R$ 10,00 pela crise que estão vivendo.

O comerciante José Brás, que há 15 anos é dono de um ponto na feira livre, diz ter percebido que os negócios começaram a cair há dois anos, devido a forte concorrência das lojas. Mesmo pagando um valor relativamente baixo a prefeitura municipal, R$ 26,00 por mês, ele informa que os demais feirantes não estão mais lucrando em Picos, buscando cidades como Jaicós, Itainópolis, Campo Grande para comercializar os seus produtos.

Com 80 anos de idade e 45 de feira livre, a senhora Hercília Francisca Leal, não esconde a chateação contra a atual concorrência que vem enfrentado, uma novidade para ela. Ela conta que obtém a sua mercadoria, roupas, em viagens a Fortaleza e Caruaru, e não sabe como a concorrência pode vender o mesmo produto mais barato. “Vem caindo muito, não sei como o pessoal tem dinheiro”, lamentou.

Um passeio rápido pela feira pode mostrar a existência de muitas lacunas e espaços não ocupados por barracas. Em alguns locais há apenas a estrutura da barraca de metal com a mercadoria coberta por lonas. Os comerciantes vizinhos explicam que se trata de pessoas que raramente tem estado em Picos, buscando a sobrevivência em outros locais. “O pessoal está indo embora, pois não tem mais como sobreviver aqui”, lamenta a dona Hercília.

Na Secretaria do Turismo e do Desenvolvimento Econômico e Tecnológico (STDET) há um cadastro, ainda por ser atualizado, onde consta que pelo menos 198 feirantes expõe seus produtos de segunda a sábado na Praça Justino Luz. No entanto, os próprios funcionários da Secretaria reconhecem que o número real está abaixo do registrado.

A grande maioria das barracas são para vendas de confecções, 131; ficando em segundo lugar as bijuterias, com 29 pontos. Em terceiro lugar vêm os calçados, 17 barracas. Havendo a partir daí dezenas de pontos de vendas de lanches e miudezas. Pelo menos 52 comerciantes estão na feira livre há mais de 15 anos, mostrando que por muito tempo, ter um negócio na Praça Justino Luz era garantia de sobrevivência.