Mesmo acusados de compra de votos vereadores permanecem na Câmara

A vida política dos vereadores Zé Luís (PSB) e Diógenes Medeiros (PPS) se transformou em uma verdadeira novela. Depois de terem o mandato eletivo cassado pelo titular da 10° Zona Eleitoral, juiz Adelmar de Sousa Martins, sob a acusação de captação ilícita de sufrágio, compra de votos, os dois vereadores permanecem na Câmara Municipal após uma liminar concedida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Na última sessão ordinária da Câmara Municipal os dois parlamentares já se encontravam devidamente instalados em seus assentos de preferência nas dependências do plenário.

O vereador Diógenes Medeiros, que ainda não tinha se manifestado pela imprensa, declarou que apenas um “colegiado” possui competência suficiente para determinar a cassação do mandato eletivo de um político, dessa forma ele e o vereador Zé Luís responderão ao processo investidos dos respectivos cargos de vereador. “Entenderam que devíamos permanecer no cargo até fosse julgado o mérito no TRE ou TSE”, explicou.

Ambos confirmaram a uma só voz que se vierem a sofrer uma derrota no TRE, recorrerão da decisão junto ao TSE, algo que o Ministério Público Eleitoral também o fará se a sua recomendação não for atendida. Diógenes acredita que esse problema se prolongará por todo o mandato. Em contrapartida a grande soma de pedidos de cassações de mandatos eletivos, a justiça eleitoral tem sido célere em julgar esses processos, de forma que se torna impossível prever por quanto tempo os dois permanecerão na Câmara até sair o resultado final.

Já o vereador Zé Luís disse entender que todo o “inferno astral” pelo qual vem passando faz parte da democracia, ele ainda chegou a qualificar o trabalho do Ministério Público de “exemplar”. “Mesmo sendo contrariado nessas decisões, nós respeitamos. Nos sempre trabalhamos no sentido de cumprir as leis”, enfatizou o vereador. Da mesma forma que Diógenes ele se mostra muito confiante quanto ao julgamento que deve ocorrer no TRE.

Uma ação como a cassação de um mandato eletivo termina por resultar em desgaste para a imagem do político, que depende da boa imagem que o povo tem de si. Zé Luís disse entender esse desgaste, mas declarou que as pessoas que o conhecem sabem de sua conduta ilibada. Ambos os parlamentares insistem em desacreditar nas provas do Ministério Público que afirmou ter gravações comprometedoras dos dois quanto à compra de votos.