Segunda-Feira, 07 de Outubro de 2024

Após problemas na entrega de medicamentos, Farmácia Excepcional volta a normalidade

Publicado em 31/07/2013
Por Marta Soares
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Avisos sobre o atendimento estão colados na porta da farmácia/Erivan Costa

Na manhã desta segunda - feira (12) muitas pessoas que fazem uso dos medicamentos disponibilizados pela Farmácia Excepcional ameaçaram invadir a sala onde a farmácia funciona, caso os medicamentos não fossem entregue aos usuários. De acordo com as pessoas, há mais de dois meses a medicação não estava sendo repassada porque não havia funcionário que fizesse a entrega. 

Na semana passada, mais precisamente no dia 05 de agosto, o Folha Atual conferiu a denúncia e conversou com a bioquímica responsável pelo atendimento da farmácia, Francimara Alencar de Deus. Ela nos disse que a situação se repetiu em 2011, quando o Hospital Regional colocou à disposição um funcionário para fazer o serviço, porém, desde o mês de junho o cargo estava desocupado porque o funcionário do HRJL que fazia isso, retornou ao trabalho na farmácia do hospital.

Os medicamentos disponibilizados pela farmácia, são para pacientes com doenças crônicas e raras, como aqueles que são transplantados, alzheimer, artrite reumatóide, parkinson, reticulote, puberdade precoce, dente outras, sendo estes de alto custo, alguns com valor superior a R$ 500,00. Cerca de 500 pessoas estão cadastradas para receber mensalmente a medicação.

Gervásio Ferreira da Silva, 36 anos, faz tratamento para hipertensão arterial pulmonar e está sem tomar a medicação há pelo menos cinco dias, o que já causa complicações à sua saúde: “Eu não posso passar nenhum dia sem tomar a medicação porque baixa a oxigenação e eu acabo sendo hospitalizado, fora o risco de vida que eu corro. O medicamento está ai e não tem uma pessoa que faça a entrega, lamentou”. Segundo ele, no mês passado a situação se repetiu.

Agnalda Barros Luz é quem recebe o medicamento de sua mãe, que tem alzheimer. Ela informa que está é pelo menos a 4ª vez que a situação se repete: “Eu venho pegar a medicação da minha mãe. Chego aqui às 4h da manhã e até agora, quase 11h,não tem que faça a entrega. Os próprios pacientes controlam a fila. Quando o Pedro - funcionário do Hospital Regional - estava aqui a gente não saía sem o medicamento, era tudo melhor, não tinha nem fila”, diz.

Manoel Batista dos Anjos, de 70 anos, vem de São João da Canabrava em busca do medicamento e nos últimos meses tem feito este trajeto em vão, porque o medicamento não é entregue. “Tô com duas viagens perdidas. Tenho um filho depressivo e ele tá sem tomar a medicação. Tá com um mês que ele está sem os remédios e eu caminhando pra cá. Eu não tenho como comprar o medicamento e nós estamos sofrendo”, falou ao Folha Atual.

Funcionários do Centro de Reabilitação chamaram a Polícia Militar para que resguardasse a integridade do prédio e dos demais funcionários, já que os pacientes ameaçavam derrubar a porta da farmácia para pegar o medicamento se uma providência não fosse tomada.

“Tá com trêz vezes que eu ando aqui. Eu vou fazer 83 anos e tô me vendo em agunia. Ontem passei muito mal à noite, precisando desses remédios. Eu gasto R$160,00 fazendo exame para poder receber os remédios e faço os exames se poder, porque eu sou só, não tenho ninguém. Meus filhos moram fora e eu venho pra Picos pra receber os remédios, fico sem comer até essa hora e não aparece quem venha entregar”. Este foi o depoimento de Maria do Socorro Costa, de 82 anos, que mora em Santa Cruz do Piauí e sofre para receber os remédios.

Após os apelos, o diretor do Hospital Regional Justino Luz, o médico José Airton, decidiu liberar o funcionário identificado como Pedro, para que ele volte a fazer a entrega dos remédios. Está em conversação com a coordenadora da 9ª Regional de Saúde, Verônica Maia, para que uma sala seja colocada à disposição para ser a sede da farmácia no local onde abriga a 9ª regional de Saúde, no bairro Ipueiras. No final desta manhã, os medicamentos já estavam sendo liberados. 

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