Segunda-Feira, 07 de Outubro de 2024

Faltam médicos voltados para atenção básica em Picos

Publicado em 26/07/2013
Por Jailson Dias
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Secretária explica porque Picos aderiu ao programa/Jailson Dias

Gestora de longo tempo da Saúde, desde quando trabalhava na SESAPI, a atual secretária de Saúde de Picos, Ana Eulálio, declarou em entrevista ao Folha Atual que faltam médicos com formação voltada para a atenção básica em Picos, motivo que a fez aderir ao polêmico programa “Mais Médicos” do governo federal. “Faz-se necessário destacar o profissional que deve estar voltado para atenção básica do campo da Saúde pública”, explicou.

Mesmo que a cidade tenha um número significativo de profissionais da medicina, o número ainda está abaixo de países desenvolvidos que também possuem sistemas públicos de saúde, como Inglaterra e Espanha. Picos possuiria apenas um médico para cada mil habitantes. “Essa é uma relação extremamente desigual, quando você considera que o patamar minimamente desejável é que você tenha 2,8 médicos para cada habitante, que você vai observar em outros países do mundo”, detalhou Ana Eulálio.

A secretária informa que Picos conta com 28 profissionais médicos que integram as equipes do Programa de Saúde da Família. Há, no entanto, uma disparidade da abrangência dessas equipes, algumas se responsabilizam por 1000 famílias, outras por 600 famílias, e algumas equipes são responsáveis por até 2.500 famílias. Isso acontece devido aos bairros e localidades atendidos, cuja população obviamente varia.

“Isso acaba se configurando em carência de profissionais médicos para o município, uma vez que tenho equipes sobrecarregadas ao passo que tenho equipes com quantitativo de família menor”, declarou.

Ana Eulálio entende que as críticas ao programa “Mais Médicos” estão equivocadas quanto aos propósitos do programa, uma vez que a experiência de exportar profissionais médicos de saúde é um sucesso em muitos países do mundo que dispõe de sistemas públicos de saúde. “O Brasil está se baseando em uma experiência que foi exitosa em vários países”, informou.

O programa “Mais Médios” prevê ainda uma série de investimentos na infraestrutura da Saúde, desde reformas, construções e equipamentos médicos. Segundo informou a secretária o Brasil deve investir R$ 7,5 bilhões na construção, reforma e ampliação de unidades de saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) e hospitais universitários, assegurando que o programa não atenda apenas no quesito de importação de profissionais, destacando ainda o chamado “Segundo Ciclo de Saúde”.

“A partir de 2015 os alunos que ingressarem no curso de medicina farão o curso normal de seis anos e terão dois anos a mais, que é chamado segundo ciclo, que consistirá de um treinamento prático”, explicou.

Apesar da adesão por parte do município de Picos a esse programa do governo federal, não significa dizer que a chegada dos médicos estrangeiros será imediata, uma vez que há muitos municípios brasileiros que necessitam com mais urgência dos serviços desses profissionais.

 

Comentários
Janildo
08/08/2013 08:37:36
Programa eleitoreiro ou não, sou mais do que a favor da importação de médicos.Quem o critica percebe-se claramente que são pessoas que não necessitam de atendimentos de serviços públicos, como a população carente.Se fosse o contrário, investir na infra estrutura e não ter médicos, fariam as mesmas críticas.Um passo de cada vez.E a vinda de médicos estrangeiros é um passo mais do que importante.
Marx Barros Araújo
07/08/2013 12:27:48
Recuso-me a acreditar que, após 11 anos no poder, o Governo realmente pense que o caos na saúde pública que vivemos decorra do simples fato da falta de profissionais médicos. Por que não melhorar a infra-estrutura? Na nossa cidade temos vários exemplos: HRJL sucateado, novo Hospital que não sai do papel, Policlínica que não funciona. E onde está a carreira de Estado para médicos do SUS?
Marx Barros Araújo
07/08/2013 12:20:49
Respeito a opinião da Secretária, porém não posso deixar de expressar a minha absoluta contrariedade ao "Programa Mais Médicos" do Governo Federal. No meu entendimento, não passa de um programa eleitoreiro com o intuito-mor de enganar a população e desviar o real foco do problema da saúde pública no nosso país.