O novo presidente da Academia Piauiense de Letras (APL), jornalista Zózimo Tavares, foi empossado na noite da sexta-feira (24) prometendo levantar o debate sobre a obrigatoriedade do ensino da literatura piauiense nas escolas públicas e privadas do estado.
Zózimo, que era vice-presidente da APL, agora ocupa o cargo deixado por Nelson Nery Costa.
"Um dos projetos prioritário é implementar um dispositivo da Constituição do Piauí que obriga o ensino de literatura piauiense em todas as escolas públicas e privadas do estado. Vamos procurar saber porque esse dispositivo não foi cumprido até agora", disse Zózimo Tavares, que é colunista do portal Cidadeverde.com e comentarista da Rádio e TV Cidade Verde.
Zózimo ressaltou que academia é uma entidade aberta que faz parceria com as universidades, a Federal (Ufpi) e a Estadual, (Uespi), além das Secretarias de Cultura do estado e do Município. Ele disse que vai buscar a iniciativa privada para viabilizar projetos na APL.
Em seu discurso, Zózimo ressaltou que quer implementar a lei aprovada na Assembleia Legislativa em 2014, de autoria do deputado Merlong Solano (PT), que obriga escolas públicas e privadas do Piauí a adotar livros de autores piauienses. Ele disse ainda que quer criar a editora e o clube da APL.
O prefeito Firmino Filho destacou a gestão de Nelson Nery, que editou mais de 150 livros, o mais recente foi um sobre Leônidas Melo.
"Não tenho dúvida que também o imortal Zózimo Tavares vai fazer um bom trabalho na nova gestão".
O advogado Celso Barros disse que espera que o Zózimo dê um grande exemplo de valorização da cultura. "Quem valoriza a cultura, valoriza o entendimento e o pensamento. Ele é capaz e está disposto a nos ajudar, espero que a presença dele seja o modelo de trabalho e uma forma de revalidar nossa tradição. A tradição da academia precisa de homem de valor para que ela possa desencadear seu trabalho de cultura", disse Celso Barros.
Para Nelson Nery, a academia conseguiu um marco que foi seu centenário e as festas alusivas e a linha de produção. "Algumas conquistas como a integração com a sociedade não deve ser perdida".
Foto: Pericles Mendel
Nelson Nery afirmou que a adesão das universidades ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) desmotivou o mercado da literatura piauiense. Ele lembrou que APL participou de discussão na Secretaria de Educação, que não avançou, mas que agora há uma maior abertura.
"Fizemos um contato com a superintendência da Seduc e estamos cogitando a possibilidade, e fizemos um pedido hoje e que vai conduzir é o Zózimo, de fornecer 150 livros da coleção do centenário para 700 bibliotecas do ensino médico do estado. Isso é um sonho e é uma forma positiva de disseminar a cultura, a história e a literatura piauiense no ensino médio".
O professor e escritor, Fonseca Neto, destacou que o lobby das editoras do Sul é muito forte e atrapalha a implantação da literatura piauiense nas escolas.
"As editoras do Sul impõe por uma questão de mercado. Eles produzem uma quantidade muito grande, chegam no mercado de maneira barata e isso acabou condicionando a oferta de livros em todo sistema escolar brasileiro. Agora é possível fazer isso sim (levar autores piauiense para as escolas), era mais difícil quando o Piauí não tinha produção, hoje o estado tem uma produção imensa e valiosa de livros".
Flash Yala Sena
yalasena@cidadeverde.com