Encontro na UFPI é marcado por desabafos e criticas a não abertura da Policlínica

Foi uma noite de muitos desabafos no auditório antigo da Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, quando o deputado federal Assis Carvalho (PT/PI) esteve na universidade a pedido da diretora Alveni Barros. Com o auditório repleto de militantes sociais, acadêmicos, diretores de associações, para a audiência dessa sexta-feira (12/07), todos buscavam uma resposta para o não funcionamento da Policlínica e a paralisação das obras do novo hospital regional de Picos, ambos localizados no bairro Paraibinha, às margens da BR 316.

O deputado Assis Carvalho se esforçou para explicar os tramites legais para a continuação das obras do novo regional. A emenda parlamentar de 35 milhões foi uma proposição do deputado, e deve perdurar até dezembro de 2013, caso contrário retornará para Brasília. Ele alegou que o funcionamento efetivo da Policlínica acontecerá apenas através da inauguração do hospital.

Quando fez uso da palavra, o representante da ONG Pró-Brasil, Uwe Weibrecht, fez uma rápida e didática exposição sobre a construção da Policlínica na cidade de Picos, desde o início do projeto, em 2006. Ele alegou que a cidade precisava de um centro de diagnósticos de média e alta complexidade. Bastante emocionado, algo que lhe é pouco característico, Uwe declarou que era uma “vergonha” para a cidade que o prédio continue fechado desde que foi concluído em 2009.

Ele alegou que passou por todas as instâncias legais para conseguir a implementação desse projeto. Quando criticado da participação política para a construção da Policlínica, ele respondeu que realmente procurou os políticos da região e enfatizou que continuará procurando, uma vez que os projetos precisam da participação do poder público, algo que é natural. Segundo Uwe, o grupo alemão que disponibilizou os recursos para a construção da Policlínica não o estaria dando mais atenção, uma vez que o prédio continua fechado. Motivo de grande constrangimento para a região.

A deputada estadual Tasmânia Gomes de Medeiros, Belê (PSB), não poupou críticas aos interesses que impediram a abertura da Policlínica. Os acadêmicos presentes no auditório, em sua maioria alunos de enfermagem e nutrição, aplaudiam a todo o momento. Presente ao evento a secretária de Saúde de Picos, Ana Eulálio, disse haver o indicativo de que a Policlínica se transforme em uma maternidade, ideia que foi veementemente repudiada pelas pessoas presentes no auditório. Ela alegou que essa não é a ideia final, mas uma indicação, que se depender da maioria das pessoas, não vingará.

Muitas pessoas fizeram desabafos emocionados, e criticaram, quase que a uma só voz, a classe médica dona de clínicas particulares como principais responsáveis pela não abertura dessa clínica.

A diretora Alveni Barros declarou que a UFPI entrará nessa briga para garantir a conclusão do novo hospital regional e a abertura da Policlínica, uma vez que tantos sãos os acadêmicos que precisam estagiar, mas não estão encontrando campo para isso.