“Democracia está ameaçada”, diz W. Dias diante de novos vazamentos

O governador Wellington Dias (PT) se manifestou após a divulgação de novos trechos de conversas dos procuradores do Ministério Público Federal, publicados pela jornalista Mônica Bergamo, em Folha de São Paulo, obtidos originalmente pelo The Intercept.

Os diálogos revelam que o procurador e coordenador da operação Lava Jato, Deltan Dallagnol chegou a pedir agilidade em ações contra Jaques Wagner durante o segundo turno da campanha para presidente da República, em outubro passado.

Após perguntar se algo contra o petista “evoluiu”, Deltan debate com outros procuradores sobre novos pedidos de busca e apreensão e o “impacto” destas ações, até que diz: “Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra BA [busca e apreensão] até, por questão simbólica”.

“É inacreditável a postura dos procuradores e do juiz da Lava-jato. Vejam que agora, os trechos das conversas divulgadas pelo Intercept Brasil, destacam o Procurador da República Deltan Dallagnol sugerindo busca e apreensão na residência do, hoje senador pela Bahia, Jaques Wagner. E a justificativa? ‘Questão simbólica’, ou seja: ao lixo o direito, agora o importante é ‘Questão Simbólica'”, reclama o governador.

W. Dias cobra posicionamento firme diante do conteúdo dos vazamentos e da ameaça à democracia. “Chega! Não é possível achar tudo isto normal. Nós temos que nos posicionar. É a democracia que está ameaçada. O que se perde é a credibilidade das instituições, especialmente do Judiciário, pelo mal uso do poder para atingir interesses escusos. É a própria força da sociedade que quer o combate à corrupção. Que quer, como eu, um verdadeiro combate voltado mesmo para combater corruptos e não para outros interesses como se constata cada dia mais”, diz.

Sobre os novos trechos divulgados, o MPF informou ao site Poder360 que “o material não permite constatar o contexto e a veracidade do conteúdo. Os integrantes da força-tarefa pautam suas ações pessoais e profissionais pela ética e pela legalidade. A investigação, o pedido, a decisão e a execução de buscas e apreensões demandam semanas ou meses o que torna indigna de credibilidade a suposta mensagem”.

Fonte: 180 Graus