As exportações de mel e soja do Piauí poderão sofrer impacto devido à confirmação de focos de peste suína clássica (PSC) no estado. O problema poderá ser desencadeado em caso de exigência, por parte de países que compram os produtos do Piauí, de certificado que comprove que o estado está livre da doença.
A afirmação foi feita pelo gerente de Defesa Sanitária e Animal da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (ADAPI), Idílio Moura, depois da confirmação de mais quatro focos da doença no estado.
“O que acontece é que alguns países exportadores podem exigir o certificado de que naquele estado não há casos confirmados de Peste Suína Clássica ou de Febre Aftosa. Então, o Piauí é um exportador de soja e de mel e os países exportadores podem embargar essa produção por conta da confirmação de focos”, explicou Idílio.
O assunto foi abordado pelo gerente em entrevista concedida aos jornalistas Najla Fernandes e Arimatéia Azevedo no programa AZ no Rádio desta terça-feira.
Em abril deste ano, a ADAPI confirmou a existência de dois casos de peste suína no Piauí. O primeiro foco foi registrado no município de Lagoa do Piauí, a 38km de Teresina, mesmo local onde o primeiro foco foi encontrado.
Depois dos diagnósticos o Governo do Estado resolveu implantar um quartel-general para operações para evitar um surto de peste suína no território piauiense.
Ajuda
Na entrevista Idílio Moura garantiu que as ações continuam; ressaltou também a colaboração de outros estados no sentido ajudar e de aprimorar estudos visando o combate da PSC no Piauí.
“Temos um espaço físico com toda a estrutura para abrigar os colegas fiscais e médicos veterinários, que fica na Chapadinha Sul [região do município de Demerval Lobão]. É um espaço com dormitório, refeitório, sala para recepção de amostras, processamento de amostrar. E de lá os médicos trabalham em uma escala de plantão: de 7 dias. É um centro de operações e de lá partem todas as ações e operações a serem realizadas para a eliminação desses focos”, informou.
Profissionais dos estados do Paraná, Espirito Santo e Maranhão já foram enviados para contribuir com os trabalhos.
“Já tivemos aqui a colaboração e apoio técnico de outros estados, como, por exemplo, o Paraná, Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Paraná, de onde foram enviados quatro médicos veterinários, que passaram aqui 8 dias. O Espirito Santo também [contribuiu, o Instituto de Defesa Agroflorestal do Espírito Santo [enviou médicos]. O Maranhão já encaminhou e vai encaminhar mais. A Bahia também se colocou à disposição para enviar colegas para prestar apoio técnico e também adquirir experiência na eliminação dos focos de peste suína”, informou Idílio.
Devido às confirmações de focos da peste suína, a Agência de Defesa Agropecuária baixou portaria proibindo o trânsito de suínos em todo o Piauí e fora do estado. Também está proibida a aglomeração desses animais em feiras de exposição, por exemplo, para evitar a disseminação do vírus da doença.
Fonte: portalaz.com.br