Condutores de propaganda volante buscam organização

Os próprios condutores de veículos de propaganda volante reconhecem que a poluição sonora no centro da cidade é grave, dessa forma, ante a fiscalização que tem aumentado junto com as reclamações da população, os profissionais que exploram esse serviço estão buscando se organizar. A fundação de uma instituição que os represente ainda está sendo discutida, mas o importante é que a classe está consciente para a atual situação.

Um dos líderes que tem buscado reunir a classe é José Ivan, que explora o serviço de propaganda volante na cidade de Picos há 13 anos. Ele informou que recentemente todos os condutores de propaganda volante se reuniram com o secretário de Meio Ambiente, Glauber Silva, para tomar conhecimento sobre as novas leis que vão coibir a poluição sonora na cidade.

Atualmente, segundo José Ivan, seriam aproximadamente 40 veículos de propaganda volante circulando pela cidade, especialmente no período da manhã, mais aproveitado devido a movimentação no comércio. “Na parte da tarde o movimento é mais fraco, a maioria dos carros saem para os bairros”, explicou.

Quanto a intensidade do volume que gera muitas reclamações entre a população, José Ivan diz que os trabalhadores que exploram esse ramo estão tentando se adequar, mas reconhece que ainda não é o suficiente.

“É lógico que não está como a gente esperava, mas já deu uma baixada muito boa. As ruas de Picos são muito estreitas, você entra na rua com 80 decibéis vai sair com 120 decibéis, vai do profissional”, declarou.

Existe ainda a questão dos motoristas que vem de outras cidades e chegando a Picos não seguem um limite da potência sonora. José Ivan cita ainda que alguns empresários estariam insistindo para que o som fosse usado com mais potência. “O empresário não quer usar o som muito baixo, a gente explica, tem uns que entendem, tem outros que não gostam”, lamentou.

Pelo projeto que a Secretaria de Meio Ambiente deve encaminhar a Câmara Municipal havia o pedido para que o som “ao vivo” seja proibido, mas os condutores dos veículos não aceitaram essa proposta, uma vez que muitos fazem a divulgação dos produtos através do microfone enquanto circulam pelas ruas. A formação de uma entidade que vai representar esse pessoal dependerá de como o projeto será encaminhado para votação na Câmara Municipal.