Na tarde desta quinta-feira, dia 13, a população do município de Caldeirão Grande do Piauí participou de uma audiência pública, realizada no Auditório Maria Santa de Alencar, que teve como objetivo apresentar e discutir o projeto do complexo eólico que será instalado nos próximos meses naquela região pela empresa pernambucana “Queiroz Galvão”. Audiência pública é uma forma de consulta à sociedade, tendo por objetivo a divulgação das informações sobre o projeto em questão, relatando, inclusive, os possíveis danos ambientais e as forma de compensação para esses danos.
A energia eólica, que é produzida a partir da força dos ventos, é abundante, renovável e limpa. Essa energia é gerada por meio de aerogeradores, nas quais a força do vento é captada por hélices ligadas a uma turbina que aciona um gerador elétrico. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil possui 248 megawatts (MW) de capacidade instalada de energia eólica, derivados de dezesseis empreendimentos em operação.
Segundo o Diretor de Implementação e Operação da “Queiroz Galvão Energias Renováveis”, Roberto Mario Di Nardo, o Complexo Eólico será implementado na região da Serra do Araripe. Dois projetos serão implementados, sendo divididos em duas fases, onde serão gerados 208 megawatts cada um. Nas duas fases, serão investidos R$ 1 bilhão e 500 milhões de reais. Há cerca de três anos pesquisas já estavam sendo feitas na região para avaliar o potencial eólico.
“Nesta audiência nós estamos atendendo a uma solicitação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, mas é uma realidade a implementação do complexo eólico. O projeto está concluído, mas precisamos do licenciamento ambiental e por isto esta audiência é tão importante”. A previsão é a de que o licenciamento ambiental seja liberado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente até o início do mês de julho.
Com um contrato que firma o fornecimento da energia pelos próximos 20 anos, a partir do momento que o parque eólico estiver instalado, a energia será comercializada através do sistema interligado, com isso o Piauí passará a ter praticamente o dobro da geração energia atual. O projeto prevê a contratação local de mão de obra, além de outros benefícios propostos pela empresa, como projetos sociais e a compensação pelos possíveis danos ambientais. No pico da obra há a expectativa da contratação de pelo menos 1.400 funcionários.
Para o prefeito de Caldeirão Grande, João Vianei, a instalação do complexo eólico trará inúmeros benefícios para a população, uma vez que a mão de obra a ser utilizada, será em sua maioria, de pessoas do próprio município.
Porém, junto com os “bons ventos”, existem também os danos ambientais causados pela modernidade. Dentre os problemas estão a poluição visual, emissão de ruídos, impacto sobre a fauna, dentre outros. No projeto, estes danos serão amenizados com o monitoramento constante dos ruídos, distanciamento adequado das residências, uso de equipamentos silenciosos, sinalização para evitar colisão das aves com as hélices, velocidade lenta das hélices (que terão de 7 a 12 rotações por minuto), instalação de rede subterrânea e monitoramento da fauna.
Participaram da audiência, representantes da Queiroz Galvão, o secretário estadual de meio ambiente, Dalton Macambira, o prefeito municipal, João Vianei, vereadores, o prefeito de Marcolândia, Chico Pitu, a deputada estadual Belê e representantes da Geoconsult, empresa responsável pelo estudo dos impactos ambientais, além da população que se fez presente em grande número.