Quinta-Feira, 10 de Outubro de 2024

Deputado Nerinho confirma rompimento definitivo do PTB com o prefeito de Picos Pe. Walmir Lima

Publicado em 24/02/2018
Por Jailson Dias
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Nerinho fala sobre rompimento do PTB/Edson Costa

O PTB rompeu definitivamente com o prefeito de Picos Pe. Walmir Lima (PT). O racha que parecia ser temporário foi alardeado pelas lideranças do partido trabalhista nos últimos dias. Em entrevista ao Folha Atual o deputado estadual Icemar Lavor Neri, o Nerinho (PTB), comentou que não desejava essa situação, mas os seus correligionários foram conduzidos a oposição pelo prefeito devido a interferência do Poder Executivo no Legislativo.

“Quando a Constituição Federal de 1988 foi criada o seu princípio básico era a independência entre os três poderes, mas houve uma interferência direta do executivo sobre o legislativo; nada contra a pessoa do presidente Hugo Victor (MDB), mas falo isso porque eu sou contra a perpetuação do mandato e desde 2010 eu não voto no deputado Temístocles Filho (MDB) para presidente da Assembleia Legislativa”, comentou.

O deputado declarou que outros nomes poderiam dirigir a Câmara Municipal de Picos, e não apenas o vereador Hugo Victor. Ele também endossou um comentário muito utilizado pelo seu pai, o ex-prefeito de Picos José Neri de Sousa, de que o PTB, por ser a maior bancada (tem três vereadores e um apoiador), deveria ocupar a presidência do Legislativo Municipal. “O prefeito entendeu dessa maneira, mas vou dizer que a partir de agora nós somos oposição com responsabilidade”, destacou.

Em Picos a bancada do PTB é formada pelos vereadores: Francisco das Chagas de Sousa, o Chaguinha; Francisca Celestina de Sousa, a Dalva Mocó e Zé Luís, contando ainda com o apoio do vereador José de Arimatéia Luz, o Maté (PSL).

Quanto as recentes imagens em que o ex-prefeito Zé Neri e o ex-prefeito Gil Paraibano (Progressista) aparecem conversando, eles que são adversários históricos, Nerinho respondeu apenas que se tratou de um diálogo comum entre lideres que fazem oposição política a um gestor. “Não tem mais como a gente conversar com a equipe da base do governo”, frisou.

Indagado se teria falado com o deputado estadual Pablo Santos (MDB) sobre a possível ida dos vereadores oposicionistas Raimundo Nunes Ibiapino, o Renato e Valdívia Santos (ambos do PR e apoiadores do deputado), para o grupo do prefeito Pe. Walmir Lima, Nerinho respondeu que não tratou sobre esse assunto com o seu colega parlamentar. No entanto, ressaltou que se negou a aceitar cargos no Governo do Estado por dois mandatos seguidos quando esteve na oposição a Wellington Dias entre 2003 e 2010.

“Não passa pela nossa cabeça que uma pessoa fique se alternando entre oposição e situação. O deputado Pablo Santos vem de tradição familiar e tenho certeza de que vai saber conduzir esse processo”, frisou.

O vice-prefeito de Picos, Edilson Carvalho (PTB), há tempos desentendido com o Pe. Walmir Lima, comentou que os vereadores do partido estão sentidos com o chefe da administração municipal com razão. “Eu apoio o PTB e a decisão que ele tomar, por entender que o prefeito foi um pouco radical, por querer um candidato quando se tinha um acordo, e acordo é para se cumprir”, declarou.

Sobre o seu relacionamento com o Pe. Walmir Lima, Edilson respondeu que não há mais diálogo entre os dois, embora o respeite e o cumprimente sempre que o ver nos eventos públicos. Ele frisa, contudo, que não tratam sobre política.

Começo

O desentendimento entre o PTB e o Pe. Walmir Lima começou quando da antecipação da eleição para a presidência da Câmara Municipal de Picos para o dia 28 de junho. Hugo Victor esperava renovar seu mandato como presidente pela 4° vez consecutiva, mas o PTB decidiu se coligar com a oposição e lançar o nome do vereador Zé Luís para o cargo. Na ocasião, nove vereadores abriram a sessão e elegeram Zé Luís, mas o resultado está sendo contestado na justiça.

Após esse acontecimento o prefeito de Picos decidiu exonerar os quatro secretários municipais e mais 300 cargos comissionados indicados pelos vereadores do PTB, resultando no racha e na ida do partido trabalhista para a oposição.

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