A obra de recapeamento asfáltico que está sendo executada na BR-316, trecho que compreende o perímetro urbano de Picos, tem provocado transtornos à população, especialmente aos comerciantes. A poeira intensa e o aumento no fluxo de veículos nas laterais da rodovia federal ocasionou diminuição nas vendas e problemas respiratórios.
Quem há dias convive com a situação caótica é o proprietário de um bar localizado no bairro DNER, José Almir Santos. Ele explica que as vendas no estabelecimento reduziram mais de 65%, pois se tornou impossível alguém permanecer por muito tempo no local devido à nuvem de poeira.
“Estamos sofrendo com essa obra. A minha média de venda era 2 a 3 mil por mês e hoje passei a fazer 600 reais. Ninguém aguenta sentar fora devido a poeira. É preciso limpar toda hora, mas é todo tempo cheio de poeira”, afirmou o proprietário.
Essa mesma realidade é vivenciada pelo empresário, José Caboclo Sobrinho, que possui um frigorífico nas laterais da Avenida Senador Helvideo Nunes, na altura do bairro Junco. José Sobrinho relata que devido a comercialização de carne é necessário higiene rigorosa e ele diz ter perdido as contas de quantas vezes por dia faz a limpeza do estabelecimento.
“Quem tem comércio próximo com certeza está sendo prejudicado. Trabalho com carne e preciso ter um cuidado maior, limpo direto e ainda assim a poeira é demais. Eles agoam, mas não resolve, a poeira continua sendo muita”, afirmou José Sobrinho.
A forte poeira trouxe também reflexos para a saúde da população. O proprietário de uma farmácia, Fernando Damasceno, situada nas laterais da BR-316, no bairro Junco, explicou que a venda de máscaras e medicamentos para problemas respiratórios mais que triplicou.
“Estamos vendendo um média de 6 à 8 caixas de máscaras por semana. Uma coisa que vendia duas caixas ao mês. A poeira e os buracos dificultam os pedestres passarem pela via. Já vi vários idosos caírem”, disse.
Nos dias atuais, a obra de recapeamento asfáltico atingiu a Av. Deputado Sá Urtiga e a Av. Senador Helvídio Nunes de Barros. Asfalto terá vida útil de até quatro anos.