Um dia de cada vez! Esse é o espirito de vida que move os membros do Grupo dos Alcoólicos Anônimos (A.A) para largarem a dependência do álcool. Em Picos, este trabalho de recuperação das famílias que são vítimas do alcoolismo vem sendo construído há 38 anos.
Na última quinta-feira (21) os integrantes do A.A de Picos realizaram um encontro celebrativo junto à imprensa local com o objetivo de recontarem esta história que transforma os caminhos de milhares de pessoas em todo o mundo.
O alcoolismo é a terceira doença que mais mata pessoas. É considerada pela Organização Mundial de Saúde como sendo uma patologia compulsiva e que pode se tornar fatal, atingindo 10% da população mundial.
O empresário Antônio P. há 22 anos vive um dia de cada vez depois que assumiu sua impotência perante o álcool e resolveu parar de beber. Ele conta que no A.A encontrou ajuda e incentivo para mudar sua vida desde a primeira reunião que participou na entidade.
“Eu chegava no A.A depois de 14 horas apagado induzido pelo álcool, sofrido convulsões. Eu tentava e não conseguia parar de beber. Ingressei no vício ainda na adolescência e não tive grandes problemas. Com o tempo a situação foi se tornando crítica e me foi oferecido um plano de vida e aqui [A.A] eu encontrava apoio, ânimo, incentivo, solidariedade e aos poucos fui retomando minha vida, relacionamento com a família e amigos”, disse Antônio P.
Sede do A.A em Picos
Membro do A.A, identificado apenas por G., explica que no propósito de abandonar a dependência do álcool é preciso mais que força de vontade. Ele destaca que o lema de força é permanecer sóbrio por 24h e esta mensagem deve ser internalizada todos os dias.
“O Grupo é ajudar na recuperação, manter a sobriedade de quem já frequenta e ajudar a outros que estão sofrendo com o alcoolismo. Muitos entram, saem, retornam, porque o dia passado não nos importa e sim o hoje”, afirmou.
O problema do alcoolismo também afeta as mulheres esposas dos dependente alcoólicos. Uma delas que faz parte do Grupo Familiar Al-Anon, M.F, explica que as mulheres necessitam receber apoio psicológico.
“A mulher é um porto seguro para colaborar com a sobriedade dos nossos maridos. Enquanto ele bebe, nós também somos afetados e precisamos de tratamento porque sofremos as consequências”, enfatizou.
Para quem deseja ingressar no A.A basta apenas participar das reuniões que acontecem diariamente nos oito grupos espalhados pela cidade.