Vendedores de CDs e DVDs piratas relatam quedas nas vendas

Os vendedores de CDs e DVDs piratas que trabalham nas praças e calçadas das ruas de Picos relataram uma queda acentuada nas vendas no último ano. Dentre os fatores para esse declínio estão desde questões macro, como a difusão da Internet, que chega cada vez mais rápido e a mais lares, como a chegada do cinema a cidade e o fenômeno mundial da Netflix. Dentre as reclamações relacionadas a questões locais estão o fim da circulação das vans pelo centro da cidade e a implantação da zona azul.

Nós estivemos na Praça Josino Ferreira conversando com alguns vendedores ambulantes, pessoas que sobrevivem do comércio informal em média há dez anos. Por medo de represália ou simplesmente por falta de vontade, alguns não se manifestaram.

A exceção ficou por conta de Keila Alves, que há 12 anos vende CDs e DVDs piratas na Josino Ferreira. Ela informou que parte fundamental da renda da sua casa é proveniente da comercialização dessas mercadorias. Antes, a vendedora disse que chegava a faturar R$ 100,00 diariamente, mas ultimamente não tem chegado a R$ 30,00. A saída foi acrescentar à sua banca miudezas, como pequenos cofres que ela fabrica.

Keila Alves não se mostra muito otimista com a transferência para o Shopping do Povo, projeto este da prefeitura de Picos com previsão de inauguração para 06 de julho. Ela informou que analisa outras possibilidades, mas não pretende se instalar ali.

Nas bancas de CDs e DVDs piratas podem ser observadas muitas miudezas, como controles-remoto de televisão, capas de celular, dentre outros objetos. No passado, várias ações foram realizadas contra o comercio de produtos pirateados em Picos, sem resultado. Agora, esse produto parecer ter saído do gosto das pessoas, graças a disponibilização da Internet.