Sábado, 05 de Outubro de 2024

Irmãos de autônomo acusam policiais de agressão em Vera Mendes

Publicado em 02/12/2017
Por Jailson Dias
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Remédios Sousa e Janderson denunciam policiais/Jailson Dias

O Folha Atual foi procurado na tarde desta quarta-feira, 02, pelos irmãos Janderson Sousa (servidor público) e Remédios Sousa (estudante) que acusaram o cabo Edinaldo e o soldado Elio, do Grupamento da Polícia Militar (GPM) de Vera Mendes, de agredirem seu irmão, Josivaldo Costa Sousa, 29. O fato aconteceu por volta das 16h30min do último sábado, 28, na praça central do município.

Segundo Remédios Sousa o seu irmão Josivaldo, que trabalha como montador de móveis, teve um desentendimento com outra pessoa enquanto estava no interior de um bar, mas logo se acalmou. Quando ele estava indo embora, foi abordado pelos dois policiais que o agrediram repetidas vezes. Ela sustenta que os policiais não apuraram o fato nem deram voz de prisão a Josivaldo, iniciaram as agressões  inadivertidamente.

“Eles chegaram agredindo, com pontapés, murros, o jogaram no chão, pisaram, enquanto o Josivaldo estava caído, e no meio dessas agressões, acertaram ele que abriu um corte muito grande na cabeça e ele desmaiou”, relatou Remédios.

A estudante relatou ainda que os policiais levaram a motocicleta de Josivaldo e o deixaram no chão, desacordado, sem prestar socorro. A família já tentou reaver o veículo, mas os policiais disseram que não devolvem alegando haver irregularidades. Como sábado é dia de feira-livre em Vera Mendes muitas teriam testemunhado o acontecimento. Josivaldo estaria só, sem nenhum parente nas imediações. Além da motocicleta o seu aparelho celular ficou danificado.

Janderson Sousa lamentou a ação policial e disse que esse não é o papel dos agentes da segurança pública. “O papel da polícia não é esse, se tem uma situação de conflito é chegar e resolver e não escolher um lado e simplesmente espancar, pois o que houve foi um espancamento em praça pública, pois não era um bandido, não era uma pessoa com histórico de criminalidade”, declarou.

Tanto Janderson quanto Remédios declaram que o irmão não estava bêbado, pois mesmo no chão, conseguiu evitar alguns dos golpes desferidos pelos policiais.

O outro lado

O Folha Atual conseguiu contato por telefone com o cabo Edivaldo que deu a sua versão da história. Segundo o policial ele e o soldado Elio estavam nas proximidades do bar quando perceberam uma alteração. Os dois se dirigiram até o local e teriam notado que Josivaldo Sousa estava alterado pelo uso de bebidas alcoólicas. Como a Polícia Civil está em greve, o cabo Edivaldo disse que não tinha para onde leva-lo, então o entregou aos cuidados de um primo, que atende pelo nome de Wilson.

Momentos depois o Josivaldo teria voltado ao local, ainda sob efeito do álcool, e desacatou os policiais. O cabo Edivaldo declarou que proibiu que Josivaldo de guiar a motocicleta devido ao seu estado, no que não teria sido atendido. Então ele e o soldado Elio desligaram a moto, impedindo que mesma saísse do local, no que Josivaldo teria começado o conflito. O cabo sustenta que reagiu a agressão iniciada pelo civil. Em meio a todo esse problema o primo de Josivaldo mais uma vez teria tentado levá-lo para casa.

O cabo Edivaldo informou que fez o registro no livro de ocorrências da Polícia Militar, mas quando a greve da Polícia Civil for encerrada, fará o registro do B.O na delegacia. A motocicleta se encontra apreendida no pátio do DETRAN. O policial alega que o veículo não está em nome de Josivaldo e que possui outras pendências.

Nossa equipe ainda fez contato com o comandante do 4° Batalhão de Polícia Militar de Picos (4° BPM), tenente-coronel Viana. Ele disse que ainda não tinha conhecimento sobre o fato, mas iria apurar e tomar as providências cabíveis. Pouco antes de fecharmos a matéria o coronel informou que foi procurado pela irmã de Josivaldo e que vai recebê-la na sede do comando para ouvir o que aconteceu. O comandante também disse que já entrou em contato com GPM de Vera Mendes buscando esclarecimentos.

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