Domingo, 16 de Novembro de 2025

Justiça Federal determina reintegração de posse de imóveis invadidos no Lousinho Monteiro

Publicado em 09/11/2017
Por Redação
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Desempregado e sem ter como pagar aluguel, Ledeflan de Lima Araújo invadiu uma moradia/Folha Atual

Na última segunda-feira (09) dezenas de famílias que haviam invadido de maneira irregular imóveis no Residencial Lousinho Monteiro, localizado às margens da PI-375, foram notificadas pela Justiça Federal através de um mandado de reintegração de posse para desocuparem as moradias num prazo de 48 horas.

Ação foi ajuizada pelo Banco do Brasil após tomar conhecimento das invasões irregulares com base num relatório feito pela Prefeitura de Picos.  Com base no fato, o juiz federal Flávio Marcelo Sérgio Borges, no dia 20 de março do corrente ano, determinou a reintegração dos imóveis pelos devidos beneficiários.

No entanto, na manhã desta quarta-feira (11) as famílias foram surpreendidas com a chegada da Polícia Federal no Conjunto que reforçou o prazo para desocupação até ás 15h00 de hoje.

Um caminhão de mudança  disponibilizado pela Prefeitura de Picos 2chegou a recolher os pertences das famílias. 

A dona de casa, Maria dos Remédios Santos, ocupou uma moradia de maneira irregular no Conjunto após sua casa própria, localizada em área de risco, ter sido condenada pela Defesa Civil em janeiro de 2018. Ela argumenta que os invasores não são bandidos, são pessoas que necessitam de um teto, pois não tem para onde ir.

“Eu não tenho para onde ir e quando recebi o mandado cheguei a passar mal. Hoje eles retornaram e nós só temos até a tarde para sair. Muita gente aqui não tem para onde ir e invadiram as casas por desespero, por necessidade. Minha situação é complicada, meu esposo ganha quinhentos reais que é para pagar aluguel, pagar água, luz e sustentar a casa. Eu morava em área de risco, minha casa foi condenada pela Defesa Civil e no final de março uma parede caiu”, afirmou.

Maria dos Remédios guarda fotos da casa que morava e foi condenada pela Defesa Civil

Maria dos Remédios Santos pontuou que antes das famílias que invadiram os imóveis serem retiradas de maneira humilhante era necessário ocorrer uma investigação social. A dona de casa acredita que os beneficiários sequer se encaixam dentro dos critérios para receber uma casa pelo Programa Minha Casa Minha Vida.

Quem também compartilha da mesma angústia do possível despejo é o desempregado Ledeflan de Lima Araújo Araújo. Residindo em um dos imóveis na companhia da esposa e da filha, Ledeflan explica que chegou ao local em 14 de janeiro após estar com quatro meses de aluguel atrasado.

“A nossa situação é muito triste. Entregaram essa notificação e o espaço foi pouco pra gente, em 48 horas não dá pra gente fazer quase nada. Estou com quatro anos desempregado, trabalhando só no “bico” e morava no DNER e saí da casa devendo quatro meses de aluguel, sem condições de pagar”, disse Ledeflan de Lima Araújo.

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