Mesmo com as chuvas intensas fazendo deste o melhor inverno dos últimos seis anos, é notório que o nível do rio Guaribas permaneceu o mesmo, como se estivéssemos passando pelo período de seca. Nossa equipe esteve na Secretaria de Municipal Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAM) para saber se alguma providência seria tomada, e fomos informados que um pedido de licença está na Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR) desde 2014, mas até o momento não foi liberada, apesar da necessidade.
Segundo servidores da SEMAM, apenas a SEMAR tem autorização para tomar providências quanto ao rio, ou permitir que a esfera municipal faça alguma coisa. O Guaribas precisa com urgência de uma dragagem para retirar o excesso de areia do seu leito, além da limpeza e da retirada das plantas de dentro da água, deixando apenas a chamada mata ciliar.
A última vez que o Guaribas recebeu um serviço de dragagem foi no ano de 2006, quando o prefeito era Gil Paraibano. Ele chegou a ser multado quando realizou um serviço de limpeza no perímetro urbano do rio sem a autorização da SEMAR.
Todos esses fatores contribuem para que a água deixe de fluir pela extensão urbana do rio. Há também outro problema que são os “barramentos” feitos desde o município de Bocaina até Picos. Muitos donos de chácaras desviam o fluxo da água indevidamente, o que constitui um crime ambiental. Com isso a água não chega até povoados da região que precisam irrigar as suas plantações, como o povoado dos Torrões.
Dessa forma, o rio Guaribas, um símbolos de Picos, vai definhando. Esse processo teve início quando da conclusão da barragem de Bocaina que reduziu a quantidade de água que passa pela cidade. A imagem que temos hoje é bem diferente da descrição do memorialista Renato Duarte no seu livro “Picos: verdes anos cinquenta”, que fala de uma bela paisagem e da importância econômica do rio para os picoenses.
Com essa situação, fica a dúvida se as gerações futuras terão um vislumbre do que um dia foi o Guaribas.