Do campo à tecnologia; mercado picoense movimenta economia de Picos

Larisse Carvalho

Estagiária

O Mercado Público de Picos, localizado no “coração” da cidade, é conhecido regionalmente pela variedade de produtos, especialmente agrícolas. No entanto, um setor que vem ganhando espaço no local é o da tecnologia – tem oficina de relógio e até venda de aparelho celular. Assim é composto o mercado picoense que serve de sustento para dezenas de famílias, onde o mesmo com o aparecimento das lojas, supermercados e shoppings permanece reafirmando ser uma das mais antigas tradições comerciais e culturais.

Quem conhece o Mercado de perto é o comerciante João Antônio Ducarmo, conhecido como (Joãozinho variedade). Joãozinho que possui um box de venda no mercado há décadas tira o sustento da família com a venda de seus produtos variados.

Foto: Larisse Carvalho

‘’Esse meio é de onde vivo, apesar das dificuldades encontradas, já que em duas semanas por mês vende bem e nas outras duas não. Mas, mesmo diante das dificuldades não tenho do que reclamar, já que minha família completa trabalha por aqui e daqui é de onde tiro minha instabilidade de sobrevivência”, relata.

Um dos pontos que tem atraído o público no Mercado picoense é o segmento da tecnologia. Vendas e consertos de celulares, películas, carregadores e até mesmo capinhas, são produtos bastante comercializados. Ronaldo Sousa que há 7 anos trabalha no mercado na empresa Playcel, explicou que os clientes são em sua maioria da região.

Foto: Larisse Carvalho

“Umas das partes bastante procuradas pelos picoenses e por público das cidades circunvizinhas é concertos de celulares, com isso acaba aumentando a minha venda, como películas e capinhas. Tenho um grande problema que a falta de espaço, onde se torna muito pequeno para atender o público, mas por outro lado o bom divulgamento que tenho ajuda muito, devido já ter trabalhado em outras cidades como Francisco Santos e Monsenhor Hipólito, afirma

O Mercado Público é ainda encontro de gerações, desde idosos aos mais jovens, muitos herdaram o trabalho da família. O “centro comercial” popular nos dias atuais possui uma clientela fiel que prioriza a qualidade dos produtos comercializados. Como é o caso de Nicanô Gabriel da Silva, que com 77 anos no mercado ainda se faz presente com sua venda de temperos em geral.

Foto: Larisse Carvalho

“Trabalho no mercado picoense há 35 anos, comecei em 1983 com produtos de tempero e que mesmo diante das vendas um pouco baixa é nesse lugar onde tenho uma história de vida, pois ainda assim os produtos são procurados com frequência”, afirma.

Segundo José Agripigio, de 67 anos, ressaltou que o mercado ainda continua em movimento mesmo com a crise econômica do país, apesar de ter sido uma das que mais afetou a economia picoense.

Foto: Larisse Carvalho

“Trabalho com a minha esposa há 26 anos no mercado picoense e durante esse período nunca havíamos passado por uma crise tão difícil como essa. Os produtos não têm a mesma movimentação como antes, mas ainda temos esperança de reverter a essa situação”, lamenta.

Para os picoenses, o mercado é um lugar de histórias e memórias, pois, com a diversidade encontrada é um ambiente para aquisição de produtos e uma tradição de toda a região.