Desde pequenos todos os brasileiros são instruídos a acreditar que a Lei Áurea assinada pela Princesa Isabel em 13 de Maio de 1888 representou o fim da escravidão no Brasil. Resultado de um processo longo que começou com a proibição do tráfico de escravos negros através da Lei Eusébio de Queirós, aprovada em 1850, o fim da escravatura foi muito mais do que uma benesse das elites brancas de nosso país.
A população negra trazida à força da costa ocidental do continente africano desde cedo se manifestou contra o domínio branco, recusando-se a servir sob a égide do chicote, organizando fugas em massa das fazendas de café e cana-de-açúcar, formando quilombos nos locais mais distantes e isolados, que em muitas ocasiões, terminavam por ser localizados, como o famoso Quilombo de Palmares.
Houve uma tentativa histórica de fazer a Princesa Isabel pousar como mãe do fim da escravidão negra no Brasil, mas tão logo as populações negras, menos favorecidas, conseguiram, contra tudo e muitas vezes contra todos, chegar às esferas de decisões e centros acadêmicos de ensino, essa imposição positivista passou a ser revista e questionada.
Os escravos brasileiros não são personagens passivos da história brasileira que simplesmente aceitaram os grilhões sem luta, sempre houve luta, e esta continuou mesmo depois do 13 de Maio, quando foram relegados à margem da sociedade, sendo obrigados a viver em condições extremas, sofrendo com um preconceito que perdura até os nossos dias.
Os descendentes das populações escravas continuam repercutindo a luta de seus antepassados, dessa vez por melhores escolas, inclusão social, fim do preconceito dentre tantos fatores que ainda precisam ser combatidos, até serem completamente destruídos.