Fedentina das lagoas de saneamento incomoda Aroeiras do Matadouro

Há pelo menos oito anos os moradores do bairro Aroeiras do Matadouro vêm sofrendo com a fedentina liberada pelas lagoas de saneamento construídas às margens da pista que liga o centro de Picos ao bairro. No ano passado, em audiência pública, a diretoria da Agespisa teria prometido vedar as lagoas, ocorrendo, no entanto, a vedação da chamada “elevatória”, por onde o esgoto passa antes de desembocar nas lagoas.

Representante político da comunidade de Torrões o vereador Raimundo Nunes Ibiapino, o Renato (PSB), declarou durante a última sessão ordinária da Câmara Municipal que a situação está insuportável para os moradores das áreas próximas e para quem faz uso daquela estrada diariamente. “Enquanto isso a Agespisa nunca resolveu, garantiu aqui em audiência pública e nunca resolveu esse problema que tem atingido muito a população daquela grande região, em especial de Aroeiras do Matadouro”.

Outra solução prometida pela Agespisa seria a implantação de um “cinturão verde” ao redor da lagoa, constituído à base de eucaliptos, planta conhecida por drenar a água de lagoas e rios. Nesse caso o “cinturão verde” poderia reduzir a quantidade de esgoto acumulado nas lagoas, diminuindo a fedentina.

O vereador diz ainda que tem sido muito procurado pela população de Aroeiras do Matadouro uma vez que o mau cheiro se intensifica no período noturno.

Renato questiona a ideia da construção dessas lagoas em uma região central da cidade e se apressa em demonstrar sua contrariedade. “Eu sempre fui contra, sempre bati aqui na Câmara que o local é errado, muito próximo da cidade, em uma estrada que tem o acesso de mais de seis mil habitantes no dia a dia”, declarou.

Nossa equipe conversou com o gerente sul da Agespisa, Gesiel Cruz, e parece haver um pequeno equivoco nessa história. Ele explicou que havia sido prometido a vedação das “elevatórias”, algo que foi já foi realizado. Elas são abertas diariamente apenas para limpeza, mas não foi prometido a vedação das lagoas de saneamento. Segundo o gerente a fedentina se originava principalmente nas elevatórias, e acredita que o problema foi solucionado com a vedação das mesmas.

Gesiel diz não haver possibilidade de vedar as lagoas de saneamento uma vez que o tratamento dos dejetos é biológico, ou seja, ocorre a céu aberto, tornando necessária a incidência de raios solares e ventilação. “Eu entendo que a população reclama que é aberto é na elevatória onde fica a margem do lado esquerdo de quem vai para Aroeiras, mas nas lagoas não pode ser vedado, tem de ser aberto mesmo”.

Sobre a implantação do “cinturão verde”, à base de eucaliptos, Gesiel declarou que não há essa previsão no projeto original, mas declarou que isso pode ser executado uma vez que não seria muito oneroso. Das quatro lagoas de saneamento, apenas uma está funcionamento, as outras três serão postas em funcionamento brevemente.