Sábado, 15 de Novembro de 2025

Para professor projeto do vereador Chaguinha sobre gênero é antidemocrático

Publicado em 02/07/2017
Por Jailson Dias
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Professor Paulo Mafra informa que não existe "ideologia de gênero"/Jailson Dias

Para o professor universitário e pesquisador Paulo Mafra o projeto do vereador Francisco das Chagas de Sousa, Chaguinha (PTB), que pede a proibição de qualquer disciplina relacionada a “Ideologia de Gênero” nas escolas públicas e particulares do município, é antidemocrático. O professor ressaltou que não existe em Picos nenhum docente que discuta a citada ideologia nas escolas da educação básica, existindo, ao contrário, docentes universitários que pesquisam as relações de gênero na sociedade.  

“É um conceito extremamente equivocado, utilizado pelos fundamentalistas. Esse projeto faz uma leitura de uma realidade que não é de Picos”, frisou o professor Paulo Mafra.

Ele acrescentou que não existe por parte dos professores e pesquisadores a intensão de extinguir os conceitos de masculino e feminino. “Estes conceitos sempre vão existir. O que há é a proposta, pelo menos no campo da pesquisa, de discutir as teorias de gênero, e não ‘ideologia de gênero’”, comentou.

Paulo Mafra explicou que não existe a possibilidade de orientar sexualmente as pessoas, a discussão é travada em torno da “condição sexual”. Para o professor o vereador deveria ter convidado a sociedade para discutir o tema antes de apresentar um projeto pedindo a proibição de qualquer debate sobre isso.

No momento, segundo Paulo Mafra, não existe nenhuma possibilidade de aplicar disciplinas relacionadas a gênero na grade curricular da educação básica, coisa que também não deve acontecer em um futuro próximo. Houve a proposta de apresentação de cartilhas sobre as diferentes condições sexuais ainda no primeiro governo Dilma Rousseff (2011-2015), que foram barradas antes de chegar a sociedade.

Para o professor não é possível impedir debates em torno da sexualidade humana dentro de outras disciplinas que já existem na grade curricular das escolas, como biologia e história. “A escola não pode ser vetada de discutir isso”, comentou.

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