Os casos de violência contra mulheres têm sido frequentes nas páginas policiais de Picos. A cada final de semana, o 4° Batalhão de Polícia Militar registra em média pelo menos dois crimes desta natureza.
Para a Coordenadora da Mulher de Picos, Maria José do Nascimento, a Nega Mazé, o número de casos não indica necessariamente um aumento, e sim, que a mulher passou a reconhecer as agressões verbais e/ou físicas como violência.
__ Antes nem a sociedade, e nem as vítimas conheciam os tipos de violência contra a mulher existente. Eu me atrevo dizer que com a Lei Maria da Penha não houve aumento da violência contra a mulher, apena ela veio à tona porque as mulheres tomaram conhecimento sobre a situação de uma forma geral, psicológica, moral, patrimonial__ afirmou Nega Mazé.
Nega Mazé - Foto: Portal O Povo
A coordenadora pontuou que na última década houve um fortalecimento da rede protetora da mulher, seja no que diz respeito aos órgãos governamentais e/ou vinculados a sociedade civil organizada. Porém ressalta que esta ainda não atende de forma especializada a demanda.
__ Em Picos toda mulher conhece a União das Mulheres que é pioneira nessa luta há mais de 40 anos. As mulheres finalmente entenderam a importância de denunciar. Porém vale ressaltar que a nossa rede ainda é fragilizada e existe sim um débito com as mulheres. Um exemplo é que nossa cidade conta com uma Delegacia da Mulher para atender o Vale do Guaribas e funciona de forma precária devido a falta de investimentos__ frisou.
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha no último ano demonstra que a cada hora 503 mulheres são vítimas de violência no Brasil.