Quinta-Feira, 20 de Novembro de 2025

Psicóloga ajuda a identificar pessoas com tendências suicidas

Publicado em 04/04/2017
Por Jailson Dias
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Psicóloga orienta sobre prevenção ao suicídio /Divulgação

A psicóloga Gestalt – Terapeuta , Gilka Mary de A. de Sousa, especialista em Formação em Suicidologia, concedeu uma entrevista ao Folha Atual, oportunidade em que falou sobre como identificar pessoas que estejam alimentando pensamentos suicidas, um dos grandes problemas enfrentados na atualidade. Alguns sinais são claros e perceptíveis e não podem ser ignorados.

“Como tristeza intensa e durante vários dias (isolamento), pensamentos e sentimentos de inferioridade, submissão e derrota, falta de interesse e planos para o futuro, falar frases como "você ficará melhor sem mim" ou "devia desaparecer de tudo" (aversão a si mesma), tentativas prévias de suicídio (atenção com a morte), doação de objetos valiosos apresentando estado de desesperança, desamparo e desespero (mudanças drásticas), entre outros”, relatou.

Ela orienta as pessoas sobre como devem proceder se identificarem alguém que está demonstrando desânimo com a vida, apresentando tendências suicidas. “Inicialmente pode-se oferecer a essa pessoa um suporte emocional, falando para ela sobre a ajuda profissional (tratamento psicológico e psiquiátrico), colocando-se à disposição para uma partilha mais aberta e acolhedora, caso a pessoa apresente esse desejo, lembrando sempre que toda conversa deve ser despida de julgamentos, culpas e ofensas”, comentou.

A psicóloga explica que a depressão é uma das principais causas que podem levar ao suicídio, mas não é a única. Uma série de fatores contribui para que uma pessoa alimente o desejo de tirar a própria vida, achando, com isso, que colocará um fim no sofrimento pela qual vem passando. Com isso, Gilka Mary explica que ao tirar a própria vida, a pessoa na realidade quer por um fim a tristeza, mas não encerrar a sua existência.

“Assim, a dor, o vazio e o sofrimento sem fim e sem explicação, diz respeito ao fato de não querer viver mais aquela situação e não necessariamente querer morrer”, explicou.

Setembro Amarelo

Desde o ano de 2009 a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) vem desmistificando o tema do suicídio, buscando entender as pessoas e estimular o debate. Em 2014 o Conselho Federal de Medicina (CFM) também passou a fazer parte da campanha, englobando as demais categorias da área da saúde e trazendo, para o Brasil, a campanha internacional Setembro Amarelo, que tem ganhado cada vez mais apoio da sociedade.

Números

Gilka informou ainda que os casos de suicídio no Piauí tem sido alarmantes, e que a média do estado é superior a média nacional no período de 2010 a 2014, com 7,6 casos por 100 mil habitantes. Apenas em 2016 foram 156 casos, com Teresina em primeiro lugar, em termos proporcionais, seguida de Parnaíba e Picos. Tais proporções reforçam a necessidade das pessoas se solidarizarem para que os casos se reduzam.

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