O problema novamente se repete! Residir no Conjunto Habitacional Luíza Gomes de Medeiros, o “Morada Nova”, situado às margens da PI-375, há mais de cinco anos tem virado um drama na vida de 50 famílias. Toda esta situação tem sido provocada pelas inúmeras rachaduras presentes nas moradias que põem em risco a vida dos residentes.
Desde 24 de janeiro deste ano, data em que a equipe de reportagem do Folha Atual visitou estas famílias e diagnosticou in loco a realidade de perigo que os mesmos sofrem com a possibilidade real de desabamento dos imóveis, nada mudou. No último final de semana, novamente visitamos o Conjunto e o temor dos moradores e as rachaduras só aumentaram.
A presença das rachaduras foi percebida com maior gravidade em 24 casas distribuídas em 12 quadras do Conjunto. A Defesa Civil de Picos enviou para a Caixa Econômica Federal um relatório detalhado destacando que pelo menos 50% destas residências devem ser demolidas em caráter de urgência.
A moradia da diarista, Maria Aparecida da Conceição, é uma destas 24 casas que devem ser demolidas. Residindo no “Morada Nova” há cinco anos na quadra 40, casa 07, as rachaduras aumentaram assustadoramente no período de um ano. Tanto que uma fenda foi aberta entre duas paredes no quarto do seu filho e o piso começou a ceder.
“Eu ainda não fiz reforma porque eu não tenho condições. Eu tenho muito medo de dormir aqui e a situação está pior no quarto do meu filho. Nos últimos dias tem ventado muito e eu fico nervosa com medo da casa cair. Eu já até pensei de procurar uma outra casa, mas não tenho como porque meu salário é pouco”, lamentou a moradora.
Maria Aparecida da Conceição
A mesma situação é vivenciada na residência da dona de casa, Maria Elizângela dos Santos, onde moram ela e mais três pessoas. Há quatro anos residindo na quadra 48, casa 02, Maria Elizângela afirmou ter dificuldades de dormir à noite já que a base de sua moradia cedeu em toda a extensão do imóvel.
“Com pouco tempo que estávamos aqui começou rachando. Fomos na Defesa Civil e pequenos reparos foram feitos pela Caixa por duas vezes. Mas voltou a rachar tudo novamente. Eles nos dizem que o problema aqui é o solo, mas a gente tem muito medo”, afirmou Maria Elizângela.
O coordenador da Defesa Civil de Picos, Oliveiro Luz, confirmou a possibilidade das residências desabarem com o período chuvoso, se este for concentrado. Segundo ele, o solo do “Morada Nova” é o Maçará, quando chove o terreno “incha” e no período do verão o nível baixa provocando as rachaduras.
“Foi feito a vistoria em várias moradias no Conjunto e todas elas apresentaram problemas sérios que já deveriam ter sido concertados. Muitas das casas não tem conserto, tem que ser reconstruídas, e nossa preocupação é grande, pois se tivermos um bom inverno é perigoso ocorrer desabamentos. Nossa parte já fizemos estamos agora esperando um posicionamento da Caixa Econômica”, explicou o coordenador.
Oliveiro Luz lembrou ainda que o seguro das moradias populares do “Morada Nova” se encerra em dezembro. Isto implica que a Caixa Econômica Federal deixará de ser responsável direta pelos imóveis.