Os portões abertos dão boas-vindas aos visitantes e evidenciam a tranquilidade de residir no Conjunto Habitacional Antonieta Araújo, localizado no bairro Belo Norte, em Picos. Há mais de um mês da ocupação dos apartamentos pelas 384 famílias beneficiárias, o residencial coleciona alegrias dos moradores que agora possuem a tão sonhada casa própria.
Em meio a esta felicidade alguns problemas estruturais são presentes, como a ausência de um mercadinho, farmácia e a deficiência no transporte coletivo. A equipe de reportagem do Jornal Folha Atual foi ao Antonieta Araújo para verificar como estão vivendo estas famílias.
Residencial Antonieta Araújo
No conjunto, a moradora Izanilda Maria da Luz aguardava no portão de entrada a “carona” para leva-la até o Centro de Picos. Após se mudar no dia 29 de julho para um dos apartamentos, Izanilda diz ter uma boa convivência com outros residentes, além da economia no orçamento familiar quando deixou de pagar aluguel.
“Para mim foi maravilhoso, pois antes pagava muito caro e agora pela minha casa só pago R$ 80,00. Uma casa que é minha mesmo e já conheço todo mundo. Até agora tudo está sendo muito bom e funcionando direito”, afirmou Izanilda Maria da Luz.
Izanilda Maria da Luz
Outra residente que está feliz com a nova casa é a aposentada, Maria Francisca Carvalho. Morando com o filho desde o dia 23 de julho no Bloco F, apartamento 03, Dona Maria Francisca pagava R$ 400,00 de aluguel. Segundo ela, um dos pontos positivos de morar no Residencial é a calmaria.
“Morei por muito tempo de aluguel e agora estou gostando bastante. Eu tenho minha casinha [sorriu], já fiz amizades com muitas pessoas da vizinhança. Outra coisa boa de morar aqui é a tranquilidade, por aqui a violência ainda não chegou”, frisou a aposentada.
Maria Francisca Carvalho
“Se não tem transporte, fica difícil pra gente”
A afirmação acima é da beneficiária, Maria José da Costa, que mora com a filha em um dos imóveis e desde então precisa deixar e buscar a mesma na escola todos os dias.
“Infelizmente por ser novo aqui ainda não temos um transporte coletivo amplo. O ônibus que passa não se dirige a todos os bairros e tudo dependemos de ir na rua. Os alunos também acabam sendo prejudicados. Eu mesma levo e vou buscar minha filha todo dia na escola”, lamentou a moradora.
Maria José da Costa
Maria José acrescentou que o transporte coletivo funciona de maneira deficiente. Até a última semana, o ônibus se deslocava até o local no turno da manhã e tarde com destino apenas para o Centro da cidade.
“A Coordenação de Habitação nos informou que na próxima segunda-feira, 11 de setembro, um ônibus será descolado, fazendo linha por todos os bairros. Assim esperamos porque acabamos sendo um pouco prejudicados, por enquanto nos planejamos para pegar o ônibus no horário em que ele passa”, destacou.
Em se tratando do mercadinho, os moradores se viram como pode quando falta produtos em casa. Se deslocam ao Centro e/ou mesmo a poucos metros do Antonieta Araújo, onde há uma barraca montada com poucos produtos essenciais para a dona de casa.
As primeiras rachaduras
Na casa de Maria José da Costa uma preocupação já existe: o aparecimento de algumas rachaduras na parte interna e externa do apartamento. Segundo ela, a coordenação informou que as rachaduras seriam apenas no revestimento das paredes.
“A gente não deixa de ficar preocupado, porque rachaduras assim podem indicar muitas coisas”, concluiu.