Presidente da Eletrobras diz que se morasse no PI não resolveria problemas

O presidente da Eletrobras Distribuidora Piauí, Marcos Madureira, foi questionado ontem durante audiência pública conjunta entre Assembleia Legislativa e Câmara Municipal da capital, sobre as providências para melhorar a qualidade da energia elétrica oferecida aos consumidores piauienses. O fato do presidente da empresa não morar em Teresina e as decisões sobre o Piauí serem tomadas no Rio de Janeiro e Brasília, também foi levantado pelos parlamentares.

Madureira explicou que a cidade onde passa menos tempo é o Rio de Janeiro, apesar das pessoas dizerem que ele mora na capital fluminense. “Eu moro mais em um avião, apesar de ir ao Rio pelo menos uma vez por semana. O resto do tempo eu passo em Brasília atrás de recursos para a empresa ou buscando a sinergia entre as outras distribuidoras, participando de reuniões. Se ficasse aqui não teria condições de obter recursos”, ponderou.

“Sobre os acidentes em Teresina eu digo que energia não tem cheiro, não tem cor ou barulho e não dá para saber se uma linha está ou não energizada. O que podemos fazer e estamos fazendo é melhorar a rede com isoladores, é instalar religadores que permitem desligar o transformador sempre que surgir um problema. Estamos fazendo uma campanha alertando para os riscos de energia”, frisou, durante a audiência pública realizada na Comissão de Infraestrutura da Assembleia Legislativa.

O presidente da Eletrobrás-PI ressaltou também que estão sendo feitos investimentos de R$ 337 milhões na construção de subestações e ampliação da rede, tornando assim a energia com maior qualidade para atender os consumidores. Para melhorar as gambiarras, serão investidos R$ 30 milhões. Os recursos para as ligações clandestinas não existiam antes, mas agora foi feito um projeto específico para o caso, exceto nas áreas de invasões, pois elas não são reconhecidas pelo poder público.

O deputado tucano Tererê questionou se a empresa vai mesmo cumprir a promessa de construir cinco hidroelétricas no Piauí, investindo de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões nessas obras. Madureira respondeu que não houve empresas interessadas no último leilão para a construção das hidroelétricas. Dados da própria Eletrobras revelam que o consumidores piauienses ficaram 34 horas sem luz em 2012.

O coordenador do Luz Para Todos no Piauí, Júlio Rodrigues, lembrou que perto de 85% da população rural do Piauí tem energia em casa, apesar dos problemas enfrentados na execução das metas do programa no Estado. “Não dá para resolver os problemas da Eletrobras apenas criticando. O que se pode fazer para acabar com a inadimplência, o principal problema da empresa hoje? São mais de R$ 350 milhões de dívidas acumuladas dos governos municipais, estadual e federal”, citou.