Quinta-Feira, 20 de Novembro de 2025

Psicóloga alerta para depressão na juventude

Publicado em 04/11/2016
Por Redação
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Psicóloga Jéssyca Lacerda /Paula Monize

Em algum momento você já se deparou com expressões: “a depressão é o mal do século”, “é a dor invisível que ninguém vê”. As afirmações se aplicam no tempo presente com o agravante que a depressão é uma doença que tem atingido cada vez mais a população jovem brasileira, levando ao registro de suicídios.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estima-se que a depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo. Já no Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que atinge um total de 11,5 milhões de pessoas. Os brasileiros ainda entram para as estatísticas como o país com maior prevalência de ansiedade no mundo: 9,3%.

A raiz da depressão pode está associada a fatores múltiplos, biológicos, genéticos e de ordem psicossocial quando o indivíduo passa por uma carga de acontecimentos negativos, onde estes terão reflexos emocionais sobre si.

A psicóloga, Jéssyca Lacerda, explicou que a doença nem sempre é desenvolvida de uma situação específica. É decorrente da sequencia de acontecimentos que provocarão o ‘estopim’ do estado emocional do indivíduo.

“Existem pessoas que lidam melhor com situações negativas. Comecemos a pensar se é o evento em si que vai afetar o indivíduo, ou se é o sentido que o indivíduo dá ao evento. A depressão nem sempre é gerada de um fator específico, porque a tristeza vai ser uma constante já que o indivíduo não enxerga mais esperanças de sair dela. Qualquer tristeza não é uma doença. Você está tendo uma resposta, estranho seria se você estivesse feliz quando algo de ruim acontece na sua vida”, afirmou a psicóloga.

 

Em se tratando dos casos de depressão em jovens, Jéssyka Lacerda, apontou como um dos fatores condicionantes, se tratar de uma geração que tem o limiar muito baixo de frustração, pessoas que não sabem mais lidar com o não, com a negativa. Além disso, tudo é permissivo nos dias atuais.

”Estamos assistindo a uma geração que não sabe mais lidar com os nãos da vida, com a negativa, e isso é muito comum. A educação é também um fator de disparidade entre as gerações, pois na época dos nossos pais, avós, era algo mais rígido do que agora. Hoje tudo é muito permitido, temos maior espaço de fala”, frisou.

Aceitação

Ser aceito em um determinado grupo de pessoas é algo que o homem busca constantemente. De uma forma simplificada, nós enquanto seres humanos somos seres sociais, fazer parte de um grupo social, faz parte da nossa história. O problema é quando a busca pela aceitação ocasiona a mudança de comportamentos.

“As redes sociais estimulam a protagonização de indivíduos que se mostram diferentes no ambiente virtual, do que são no ambiente real. Muitos mudam totalmente o estilo de como levam a vida para apenas serem aceitos, e quando a mudança ocorre de forma brusca é preciso ter atenção”, informou a psicóloga.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da depressão ocorrerá pela avaliação clínica do psicólogo e/ou do psiquiatra. No entanto, a família pode está atenta a alguns sintomas como tristeza contínua, desmotivação, insônia e/ou hipersônia. Além disso, as respostas ficam mais lentas, pode ocorrer uma agitação psicomotora, perda ou ganho de peso, e uma mudança de comportamento tornando o indivíduo isolado.

Na observação destes sintomas, a família deve encaminhar a pessoa para o profissional que possui as competências para tratar o caso: psicólogo ou psiquiatra. O tratamento poderá ocorrer através de terapias, bem como fazer uso de medicamentos.

 

 

 

 

 

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