Após seis meses da chacina ocorrida no município de Francisco Santos em que quatro pessoas da mesma família foram brutalmente assassinadas, o caso continua sem respostas. Familiares das vítimas e o Sindicato dos Policiais Civis Regional de Picos cobram a conclusão do laudo pericial. O laudo que é a certidão de morte (aponta como as vítimas foram assassinadas) é instrumento fundamental para dar suporte ao desenvolvimento das investigações. O mesmo deveria ser concluído num prazo de 10 dias.
O crime que chocou o Piauí ocorreu no dia 26 de setembro na localidade Belmonte, zona rural de Francisco Santos. As vítimas são: Maria Teresa Silva, 50 anos (esposa), Fernando Collor da Silva, 26 anos (filho), Francivaldo Antônio da Silva, 24 anos (filho), e Anildo Apolinário, 24 anos (sobrinho).
O agricultor, pai, esposo e tio das quatro vítimas, Antônio Raimundo da Silva, disse que perdeu a conta de quantas vezes já se dirigiu à Delegacia em busca de novidades. Segundo ele, o trabalho da Polícia Civil vem sendo feito, porém a morosidade na conclusão do laudo pericial tem dificultado o andamento do processo.
“Eu não me canso de vir a Delegacia cobrar os meus direitos. Desde quando aconteceu a chacina, foi a Polícia, a perícia, o médico legista e a partir daí no meu pouco conhecimento já era para ter avançado o caso. O delegado e os investigadores tem feito o seu trabalho, eu acho que agora eu só posso cobrar do médico legista”, afirmou Antônio Raimundo da Silva.
Antônio Raimundo da Silva
O agricultor ainda enfatizou que durante todo este período de espera tem se revertido em grande sofrimento, pois existe a necessidade de identificarem que são os autores do crime e por qual motivo cometeram esta tragédia.
“Eu não estava em casa e quando cheguei em casa achar minha esposa, meus filhos, meu sobrinho naquela situação é uma imagem de dor [chorou] que carrego sempre comigo”, frisou.
Antônio Raimundo ainda mencionou que na última visita ao delegado responsável pelo caso, Jônatas Brasil, ele próprio havia cobrado do médico legista a conclusão do laudo pericial. O médico teria informado que havia sido feito os laudos de duas vítimas.
A revolta diante da morosidade de entrega do laudo também atingiu o diretor do Sindicato dos Policiais Civis Regional de Picos, Joel Joaquim dos Santos. Ele relata que há poucos dias tomou conhecimento que o caso se encontrava parado.
“Encontrei seu Antônio em busca de solução pra este caso já que o processo não estava andando. Fui procurar o delegado responsável e ele me informou que estava faltando o laudo pericial que tem o prazo de dez dias de ser entregue. Infelizmente eu vejo só a morosidade, a falta de vontade”, enfatizou Joel Joaquim dos Santos.
Joel Santos
A reportagem por várias vezes buscou manter contato com o médico legista responsável pela produção do laudo pericial, mais não obtivemos resultado.