Ouro nos 100 metros T47, Petrucio Ferreira queria ser jogador de futebol

Da pequena São José do Brejo do Cruz, cidade no interior da Paraíba com só 1.750 habitantes, vem um dos grandes nomes do atletismo brasileiro na Paralimpíada. Com só 19 anos, Petrucio Ferreira conquistou ontem a medalha de ouro nos 100m T47, classe para atletas amputados, com direito a bater o recorde mundial (11s57), que já era dele.

Menino de família humilde, o velocista perdeu parte do braço aos dois anos quando brincava num moedor de capim. Ainda na infância, aventurou-se no futebol de salão, onde acabou sendo descoberto por um olheiro do atletismo. Ele ficou impressionado com o arranque de Petrucio e o levou para treinar em João Pessoa, três anos atrás. Em 2014, já estava na seleção brasileira.

— O momento mais difícil foi esse, quando abri mão da minha família — lembrou ele: — Sempre disse para minha mãe que sonhava representar o Brasil no futebol. Toda criança sonha jogar na seleção brasileira. Mas hoje sou muito grato por representar o país na seleção de atletismo.

E o campeão não está satisfeito. Ele pensa em, no futuro, disputar competições contra atletas convencionais.

— Posso até me imaginar um dia correndo um Troféu Brasil. Só tenho três anos de atletismo... — disse Petrucio.

O bronze nos 100 metros também ficou com o Brasil, com o multimedalhista paralímpico Yohansson Nascimento.

- Ele é uma inspiração pra mim. Sempre passa experiência, em todos os momentos - avalia Petrucio.

Os dois, por sinal, ainda terão a chance de ganhar uma medalha juntos: no revezamento 4x100m T47. As eliminatórias começam nesta segunda-feira.

Fonte: EXTRA