Na manhã desta terça-feira, 16, militantes do Conselho Municipal da Mulher, da Coordenadoria Mulher e demais entidades promoveram a “I Marcha Contra a Cultura do Estupro” na cidade de Picos. Empunhando cartazes, vestindo camisetas caracterizadas e gritando palavras de ordem contra o preconceito sofrido pelas mulheres e a violência das quais são vítimas, muitas vezes não combatida.
Segundo uma das organizadoras do evento, a Nega Mazé, o número de casos de estupro aumentaram consideravelmente no Brasil, atingindo o alarmante número de 500 mil casos anualmente. “Levados por essa preocupação a Coordenadoria da Mulher decidiu fazer esse movimento de combater essa cultura de culpar a mulher”, destacou.
Nega Mazé informou que Picos está há um ano sem uma delegada para a Delegacia da Mulher, o que torna mais difícil a punição aos culpados como estupro e assédio sexual. “Temos dificuldade com a delegacia que está há quase um ano sem a delegada efetiva. Logo que passar essa luta estamos indo a Teresina solicitar que a Secretaria Estadual de Segurança Pública do Piauí faça a nomeação de uma delegada”, frisou.
Dentre as palavras de ordem gritadas pelas militantes estava a de que em um caso de estupro, ou assédio, os investigadores precisam acabar com a pergunta: “que roupa você estava usando?”, como se a vítima fosse responsável pela violência sofrida. Elas ressaltavam que a mulher tem o direito de se vestir como bem entender.
Também participava da marcha o “Coletivo Graça e Iones” formado recentemente por estudantes universitárias.