Dom Plínio é contra redução da maioridade penal e diz que jovens precisam de políticas públicas

A cidade de Picos tem vivido uma onda de violência com assaltos e homicídios, foram quatro assassinatos em menos de 15 dias. Para o bispo diocesano de Picos, Dom Plínio José Luz, a raiz do problema está na desagregação familiar. Ele diz acompanhar o debate em torno da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, e entende que essa medida imediatista não traria solução para o momento complicado pelo qual passa a sociedade brasileira.

“Criar políticas públicas. Aqui na cidade, o que é que tem para os jovens, de qualidade? Uma quadra aberta, um lugar de lazer, não tem. Se os jovens tem um lugar agradável, eles vão optar por aquilo, quando não tem, optarão pela violência”, declarou.

Ele mencionou ainda outras causas aceitas para o avanço da criminalidade no Brasil, que perpassam pela desigualdade social, como falta de emprego, educação e moradia digna.

O bispo citou ainda que promove mensalmente uma missa no Presídio José de Deus Barros. Na última vez em que isso aconteceu, apenas dois detentos dentro do universo de quase 400 presos conseguiram fazer uma leitura durante a celebração e mesmo assim demonstrando dificuldade.

“A leitura de uma prece, são analfabetos e perdem o valor da sociedade, o respaldo, então são vistos como violentos, como não tem como justificar que não são, terminam se tornando violentos”, comentou.