Sábado, 05 de Outubro de 2024

Milhares de produtores procuram CONAB para adquirir ração

Publicado em 16/04/2013
Por Jailson Dias
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Criadores correm a CONAB para garantir ração/Jailson Dias

Pelo menos seis mil pequenos e médios produtores rurais de 56 municípios da região de Picos tem corrido até a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) para adquirir a um preço, subsidiado pelo Governo Federal, ração a base de milho, para alimentar seus rebanhos de bovinos e caprinos. O programa ganha ares dramáticos com a seca que o Nordeste vem enfrentando desde o ano passado. Denominado de “Venda em Balcão Especial” ele teve início em junho de 2012 e deve se estender até maio de 2013.

O coordenador da CONAB de Picos, Francisco Gomes Sobrinho, explica que a quantidade de ração é distribuída de acordo com o tamanho do rebanho de cada produtor. Cada produtor tem um cadastro junto a CONAB, precisando para isso de uma série de documentos importantes, como os certificados de vacinação contra a febre aftosa.

Francisco Gomes informou que a cota de ração a ser distribuída para cada produtor é determinada a partir do sistema, onde consta o tamanho do rebanho, determinando assim a quantidade de ração a que tem direito. “O programa vai de 1 quilo a 14 mil quilos mês, porém, dado à quantidade de pessoas desse momento nós estipulamos 1000 quilos para cada”, explicou.

Ao chegar a CONAB o produtor requere o boleto bancário e efetua o pagamento na agência do Banco do Brasil. O valor é estipulado de acordo com a quantia de ração que ele vai levar, em seguida retorna até a companhia e faz a retirada do milho.

Para garantir o atendimento das pessoas de todos os 56 municípios, há um cronograma a ser obedecido pelos municípios. Quando há uma representação organizada no município, a distribuição ocorre de forma mais célere.

Francisco Sobrinho diz que a situação dos criadores está realmente difícil. “A situação é triste, de cortar o coração, mas nós não temos condições de atender seis mil pessoas em um mês, por isso estamos trabalhando dentro de um cronograma, mas sentimos que muitas pessoas estão desesperadas”, declarou.

Nossa equipe conversou com o pequeno produtor rural, José Daniel Martins, 44 anos, de Itainópolis, ele relatou que a situação está critica. O rebanho bovino está sobrevivendo com mandacaru e macambira, já os rebanhos caprinos e suínos, precisam de milho, que está muito pouco. José Daniel pagou R$ 302,00 para levar 1000 kg de milho, o chamado “preço justo” subsidiado pelo Governo Federal.

Apesar do fornecimento de ração constante, apenas a ração de milho não é suficiente para garantir que os rebanhos sobrevivam a seca, servindo apenas como paliativo para quando a mata volte a crescer após uma chuva, cada vez mais necessária.

As precipitações pluviométricas dos últimos dias geram uma expectativa positiva para os criadores, mas é preciso que chova mais.  

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