Há tempos que a população picoense se sente desconfortável com a segurança pública da nossa cidade, mas em certas épocas as críticas se elevam como tem acontecido nos últimos dias. O assassinato do gerente da Moto Moura, Gilberto Filho, às 13h00 da segunda-feira, 25, em frente ao Terminal Rodoviário Zuza Baldoíno, acendeu a luz vermelha de que as coisas realmente não andam bem.
Somando-se a esse triste acontecimento há os registros de assaltos e furtos a residências e estabelecimentos comerciais, alguns, também verificados durante o dia. Já houve até quem pedisse a volta do ex-comandante do 4° BPM, coronel Wagner Torres, que atualmente é responsável pelo Comando do Policiamento da Capital, mas a solução não é assim tão simples.
O ex-comandante também recebeu muitas críticas quando esteve em Picos, portanto uma única pessoa não solucionaria o problema da criminalidade. Ante as críticas a PM do Piauí respondeu garantindo o envio do BOPE e do RONE para reforçarem o policiamento na cidade. Ótimo, porém, essa medida é um paliativo. O Brasil inteiro passa por um grave problema de segurança pública, não é uma particularidade da nossa “Cidade Modelo”.
As causas para o crescimento alarmante no índice de violência não está na natureza humana, o “homem NÃO é lobo do homem”, contradizendo Thomas Hobbes. A sociedade corrompe o ser humano que despojado de possibilidades de crescimento através de vias legais apela para meios violentos de ganhar dinheiro. A violência urbana tem origem na desigualdade social e no individualismo mesquinho que envolveu a mente humana desde a Revolução Francesa (1789). “Cada um por si e Deus por todos”, como diz o conhecido provérbio popular.
E enquanto pensarmos e agirmos dessa forma, os chamados “cidadãos de bem” continuarão a se esconder atrás de grades, cercas elétricas e monitorar a entrada e saída da própria residência com circuitos de câmeras de última geração. No fim, encarceramos a nós mesmos e jogamos a chave fora.