Terça-Feira, 08 de Outubro de 2024

Fiasco da Vila Olímpica gera temor nas vendas e prédios vão passar por reformas

Publicado em 19/01/2016
Por Erivan Costa
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Prédio da Austrália foi o centro da polêmica /Daniel Marenco / Agência O Globo

As críticas públicas de diversas delegações às condições da Vila Olímpica poderão ter impacto negativo no plano de negócios do consórcio Ilha Pura — formado pelas empreiteiras Carvalho Hosken e Odebrecht —, que, depois dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, vai comercializar os 3.604 apartamentos.

Ninguém admite abertamente, mas os executivos estão de cabelo em pé com a possibilidade de terminar com um mico de proporções olímpicas em mãos. Tanto que, em março de 2017, quando os apartamentos voltarem às mãos do grupo privado, todos os apartamentos vão passar por um “retrofit” — ou seja, tudo que estiver minimamente danificado será trocado para a entrega aos futuros donos.

Apesar da promessa de entregar tudo em ordem na hora em que os imóveis forem disponibilizados ao público, o cenário é preocupante. De um lote de 600 unidades colocadas à venda, só foram vendidos cerca de 240 apartamentos. Os imóveis estão orçados entre R$ 750 mil e R$ 3 milhões, mas as queixas públicas de integrantes de delegações como da Austrália e da Bielorússia, somadas a um mercado imobiliário desaquecido, tornaram o desafio de reaver o investimento de cerca de R$ 2,4 bilhões de reais uma verdadeira maratona.

— Eles têm de pensar na estratégia pós-Jogos, pois o apelo para a venda é de que a pessoa iria morar na Vila Olímpica. Esse era o carro-chefe, mas está abalado. Vejo o risco de ficar um fantasma, ter de diminuir o valor — disse Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio (Secovi-RJ). A área da vila é a que tem o metro quadrado mais valioso das principais ruas do entorno: R$ 9.600.

A despeito dos problemas na rede elétrica — há até apartamentos inteiros sem luz — e hidráulica, o consórcio alega que “a obra foi concluída com 100% do acabamento e padrão de qualidade previstos”. Sobre um eventual fiasco de vendas, o plano de negócios prevê que todo o condomínio seja comercializado até oito anos após os Jogos.


Fonte: EXTRA

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