Terça-Feira, 08 de Outubro de 2024

No PI, Dilma diz que não renuncia e que voltará com governo pacificador

Publicado em 10/01/2016
Por Marta Soares
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W. Dias e Dilma Rousseff/Reprodução/Cidade Verde/WilsonFilho

A presidente afastada Dilma Rousseff discursou por cerca de 25 minutos. Em suas palavras voltou a dizer que é vítima de um golpe e o comparou a uma árvore atacada por fungos e parasitas. 

“Vamos imaginar que essa democracia seja uma árvore e essa árvore seja atacada em um golpe militar, o machado a destrói, derruba você, tira o governo e tira também o regime, derrubando a árvore. Neste golpe que eles chamam de golpe escondido, golpe disfarçado, golpe frio, nesse a árvore não é atacada pelo machado, mas ela é atacada por fungos e parasitas, que corrói por dentro a instituição”.

Dilma disse que ninguém no Brasil elegeria um governo que corta recursos da educação e saúde e pensa em aumentar a jornada de trabalho para 80 horas. "Alguém votou que a saúde e educação não teriam recurso para atender os jovens e crianças? Ninguém aqui concorda que o SUS tem que ser substituído por um plano de saúde que não cobre o básico. Eles têm dito que no orçamento deles não cabe o SUS. Não somos a favor desse absurdo que falaram de aumentar a jornada de trabalho. As pessoas não vão comer. Através de uma eleição direta nenhum de nós os elegeriam para qualquer cargo, imagina para presidente da República", declarou, citando a Constituição.

"Essa é a chave que querem o golpe, já que todo poder emana do povo. Ele (Temer) detesta falar em golpe. É uma palavra forte. Tem o poder de esclarecer. Tem uma imagem muito forte", acrescentou.

Segundo a presidente, a estratégia era fazê-la renunciar por ser mulher e disparou contra o governo interino ao se referir que seus integrantes são ricos e brancos. "Eu sou da luta. Eles achavam que o caminho mais fácil pra mim - por ser mulher - era a renúncia. Não vou renunciar. O governo aí é de ricos e brancos. Não tenho conta no exterior, não cometi corrupção. Já me viraram do avesso. É um dever meu resistir e honrar os 54 milhões de votos", disse, agradecendo a multidão.

"Essa manifestação aqui me dá força e luz. Força porque tenho que lutar. Assim que eu voltar vamos pacificar esse país, não esse aí do salve-se quem puder. Somos capazes de construir um caminho para voltar a crescer. Vou lutar em todas a frentes. Falem com seus vizinhos e amigos para fortalecer a democracia. Eu conto com vocês. Eu agora sou piauiense, teresinense", afirmou.

A presidente lamentou voltar ao Piauí não para inaugurar obras, mas para alertar sobre a ameaça que estão fazendo à democracia. "Infelizmente eu não estou  vindo inaugurar uma obra ou comemorar um programa. Vim aqui para lutar pela democracia e direitos sociais. Eu prometo voltar para inaugurar novas obras. Essas que estão em andamento. Das 85 mil casas do Minha Casa, Minha Vida, entregamos 50 mil e as outras estão em construção. Quero voltar aqui com o Wellington para lançar mais casas. Quero inaugurar a continuação do projeto Bocaina -Piaus. Eu quero voltar para as obras de mobilidade urbana", elencou.

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