Para o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Picos, Gláuber Silva, o Rio Guaribas representa o segundo grande problema ambiental da cidade, ficando atrás apenas do lixão da Altamira que está sendo resolvido. O secretário informa que após a construção do aterro sanitário as máquinas deverão ser deslocadas para as margens do rio, para promover um trabalho de limpeza. “Vamos tentar trazer uma draga, para dragar um pouco do seu leito”, informou.
Glauber reconheceu que essas medidas não serão suficientes para solucionar esse problema histórico de poluição do rio que recebe o esgoto da cidade. “Tem de ser um programa amplo e complexo, que consigamos recursos de fora para junto com a Adutora de Bocaina, que vai ser construída, a gente consiga também bombear mais água para o Rio Guaribas”, declarou.
Não há dúvidas que a maior solução para o rio seria a concretização do projeto de saneamento básico da cidade de Picos, que desviaria o curso do esgoto da cidade, atualmente depositado em quase sua totalidade no leito do Guaribas.
“Vai demorar ainda uns três ou quatro anos, nós teremos um grande avanço, pois inúmeros canais de esgoto não vão mais para o rio, vão para a rede de esgoto sanitário”, explicou Gláuber. A solução, portanto, envolve vários fatores, desde o saneamento, dragagem, limpeza e liberação de mais água da Barragem de Bocaina.
Em seu livro: “Picos, Os Verdes Anos Cinquenta”, o memorialista Renato Duarte descreve um Rio Guaribas muito diferente do existente hoje, largo, que servia para inúmeras atividades econômicas e de lazer da população picoense, algo que causa saudades mesmo em que não viveu aquela época.
A sentença de morte do Guaribas foi decretada após a construção da Barragem de Bocaina, concluída em 1985, que retesou o fluxo de água do rio, liberando-o em pequenas quantidades como se vê hoje em dia. O que antes era uma fonte de lazer e economia tornou-se apenas um repositório de esgoto, e fonte de muita lamentação para quem o viu nas décadas passadas.
Entristece ainda mais saber que a barragem, obra faraônica do final do regime militar brasileiro, vem sendo subutilizada. Servindo principalmente como fonte de lazer e morte. Apenas em 2006 começou a ser desenvolvido um projeto de piscicultura nas águas da represa, e agora, no ano de 2013, se fala mais diretamente na construção da necessária adutora de água, mas até ser concluída, não passa de conversa.