Terça-Feira, 08 de Outubro de 2024

Picos: Sindicato dos Policiais Civis paralisa atividades e denuncia descaso

Publicado em 21/12/2015
Por Marta Soares
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Joel Santos/Erivan Costa

Os policiais civis do estado do Piauí iniciaram nesta segunda-feira (20) uma paralisação por 72 horas contra os baixos salários. Com o movimento, ficam suspensos os registros de boletins de ocorrência nos distritos policiais e investigações. 

A categoria cobra que o acordo com o Governo do Estado seja cumprido em sua totalidade, sobretudo, a proposta que previa correção entre as diferenças salariais. De acordo com o representante do Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Piauí (Sinpolpi), em Picos, Joel Santos, esta questão não acarretará em ônus financeiro para o governo.

“O item 7 do dissídio coletivo, que sustenta o movimento grevista, firmado em 2015, prevê o reajuste salarial da categoria policial civil, no período compreendido entre 2016 a 2018; proposta de normatização em lei; gratificações no âmbito da Polícia Civil; tratamento isonômico aos cargos da polícia técnico-científica e discussão sobre a relação entre o maior e o menor salário da carreira. Não é justo que se tenha hoje uma diferença de salário muito grande entre um delegado e os demais cargos, em especial entre os agentes e escrivães. Os delegados foram contra esse acordo e o Governo acabou cedendo, se estamos paralisados é por conta da inércia do governo do estado”, disse Joel.

Além da questão salarial, Joel denunciou o que ele chama de descaso, com a Polícia Civil de Picos, que funciona em um prédio alugado e em condições insalubres. Segundo ele, o prédio recém inaugurado, que serviria para abrigar a Delegacia Regional e a Central de Flagrantes não possui a menor estrutura para tal: “a inauguração foi uma farsa, não tem estrutura, não tem energia, não tem internet, não tem material de escritório, não tem recurso humano. Os presos passam fome, apenas um policial fica de plantão, o esgoto transborda e os dejetos inundam as celas, as salas, tudo fica fedendo, é desumano”, diz.

Joel convidou a nossa equipe para visitar as instalações do prédio recém inaugurado e ouviu dos presos que falta água, falta comida e muitas vezes são surpreendidos com as fezes inundando as celas.

“Inauguraram lá mas incompleto, no dia da inauguração ainda estavam colocando vidro e outras coisas. A instalação elétrica está apenas parcial, a hidráulica está pior do que antes, policiais e presos correndo riscos de pegar uma doença. Estava tudo deteriorado antes mesmo de inaugurar e com indícios de superfaturamento. Quando foi exposto o valor da obra de R$ 430 mil e nós vimos a real situação do espaço, achamos um absurdo. Na inauguração ainda foi informado que com os aditivos a obra ficou em R$ 700 mil”, afirmou.

Segundo o representante do sindicato, não é papel do policial civil custodiar preso e os presos não devem ficar detidos na Central de Flagrantes por mais de 72h. “Lá tem preso que está há mais de 20 dias e passando fome porque muitos são de outras cidades e a família não tem como trazer alimento diariamente, sendo que isso é de responsabilidade do Estado”.

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