Segunda-Feira, 07 de Outubro de 2024

Do interior do ES para o Flu, Richarlison se destaca e já é candidato a xodó

Publicado em 06/12/2015
Por Erivan Costa
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Richarlison ganha espaço no Fluminense /Mailson Santana / Fluminense F.C. / 28.05.16

Com os salários recebidos no América-MG, Richarlison realizou um antigo sonho: comprou uma casa nova para seu pai, Antônio Carlos Andrade, em dezembro do ano passado. A história chega a ser um clichê do futebol, mas serve para ilustrar a humildade do atacante, que estreou há apenas 21 dias pelo Fluminense, ganhou status de titular e já conquistou a simpatia da torcida.

Talvez seja justamente o jeitão simples, externado pelo forte sotaque interiorano, que fez o atacante cair rapidamente nas graças dos tricolores. Capixaba, Richarlison passou a infância em Todos os Santos, bairro da Zona Rural da cidade de Vila Pavão. De lá, mudou-se para Nova Venécia, também no interior. Foi no futebol de várzea que descobriu a vocação.

— Morávamos no interior, na roça. Eu jogava no time de Vila Pavão. Lá tinha uma equipe de crianças também, e eu mesmo o treinava — conta Antônio Carlos.

O pai, aliás, é um dos ídolos de Richarlison no futebol. Logo em sua apresentação nas Laranjeiras, no início do ano, o atacante falou de suas referências. Nada de Cristiano Ronaldo ou Ibrahimovic. Além de Antônio Carlos, o tio Elton é a inspiração.

Os dois foram daqueles destaques da várzea que toda a cidade é capaz de apostar que darão certo no futebol. Mas foi Richarlison quem seguiu adiante. Entrou na escolinha de futebol da prefeitura, aos 10 anos, onde ganhou apelidos. Como Zóio ou Lamparina, foi artilheiro e vice-campeão da Copa Gazetinha, importante torneio de base do estado. Antes de ir para o Real Noroeste-ES, seu primeiro clube profissional, já no juvenil, quase desistiu:

— Ele fez testes para o Figueirense e o Avaí, mas não conseguiu passar. Voltou cheio de calo, machucado. Quando surgiu a chance de ir para o Real Noroeste, falei: “Desta vez vai dar certo” — lembra o tio.

E deu. Passou nos testes, ficou um ano no clube e chamou a atenção do América-MG, onde teve ascensão tão meteórica quanto a que vive no Fluminense, que o contratou em dezembro por cerca de R$ 10 milhões. Em um ano, saiu do juvenil do Coelho (quatro gols em quatro jogos), passou pelos juniores e logo foi pinçado por Givanildo Oliveira para o time profissional. Virou a revelação da Série B do Brasileiro, com nove gols.

Pelo Tricolor, os gols ainda não saíram. Mas, a julgar pela alegria e a fome de bola, virão na mesma velocidade do carinho da torcida.

— Desde pequeno meu pai sempre comprou bola para mim. Cheguei a ter dez — orgulha-se Richarlison: — A bola é minha alegria.

Fonte: EXTRA

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