Historicamente o Hospital Regional Justino Luz de Picos (HRJL) disponibilizava um espaço para que os acompanhantes dos pacientes guardassem bolsas e capacetes de motoqueiro enquanto estes entravam para as alas de internação a fim de visitar seus entes. Mas há seis meses a direção do Hospital Regional decidiu pela extinção desse repositório, o que tem resultado, desde então, em muita reclamação por parte da população.
Uma das pessoas que tem reclamado dessa situação é a dona de casa e ativista social, Francisca Rosa Damasceno. Ela relata que parentes dela tiveram de pagar para deixar bolsas e outros pertences em quiosques localizados nas redondezas. “Quando o Hospital oferecia esse espaço que a gente pudesse guardar, suportávamos”, declarou.
Francisca Rosa informou que a sua irmã, que reside no município de Acauã, teve de vir à cidade de Picos para internar o filho, e gastou uma quantia considerável para guardar as bolsas em quiosques das redondezas. “Na situação que a gente vive, imagina um serviço que é dito publico, e a gente depara com uma situação dessas”, declarou.
Nossa equipe esteve na entrada no Hospital Regional e conversou com as pessoas que trabalham nos dois quiosques que guardam a um custo relativamente baixo as bolsas e outros volumes. Eles cobram entre R$ 2,00 e R$ 3,00 por cada 24 horas.
A equipe do jornal Folha Atual conversou com o coordenador administrativo-financeiro do HRJL, Roberto Moita. Ele não quis gravar entrevista, mas explicou o porquê da extinção do guarda-volumes. Roberto explicou que por uma questão de logística, o local estava mal disposto na arquitetura do hospital, o que não impedia que pessoas entrassem para as alas de internação portando objetos pessoais e possivelmente contaminados.
Também havia o “problema” de ter de contratar gente apenas para esse serviço de guardar e zelar pelos objetos alheios, não evitando a ocorrência de furtos, como de fato já aconteceu. Ele diz ainda que levar bolsas para o hospital trata-se de uma questão cultural da região de Picos que precisava ser abolida, uma vez que hospitais pelo país afora não permitem a entrada de objetos ou alimentos trazidos de fora. Por último, e mais importante, seria a tentativa de evitar infecções.
Como as paredes do HRJL são a base de pré-moldados, material utilizado na construção de hospitais durante a Segunda Guerra Mundial, não havia garantias de que as bactérias que viessem de fora fossem retidas. A bactéria contida em uma bolsa poderia chegar até as pessoas que estão em tratamento. A medida, embora justificada, ainda tem causado muita polêmica entre as centenas de pessoas da região que precisam do hospital.
No espaço onde antes funcionava o guarda-volumes a direção pretende instalar um aparelho de tomografia, solicitação já realizada ao Governo do Estado.