Segunda-Feira, 07 de Outubro de 2024

Vilaron aponta passo "incalculável" do São Paulo em goleada na Libertadores

Publicado em 04/11/2015
Por Erivan Costa
c436d5768edfc654532d08e1e0b8.jpg
c436d5768edfc654532d08e1e0b8.jpg
Michel Bastos abriu o placar para o São Paulo no Morumbi /Rubens Chiri/saopaulofc.net

Num Morumbi cheio e com o clima que o torcedor tricolor se acostumou a ver em jogos decisivos da Libertadores, o São Paulo venceu o mexicano Toluca por 4 a 0 na noite de quinta-feira e encaminhou sua classificação às quartas de final da Libertadores. O comentarista do SporTV Wagner Vilaron não cravou a passagem de fase do time e lembrou o contexto diferente que o time de Edgardo Bauza encontrará no México, mas citou passo “incalculável”.

- Mais de 53 mil pessoas que saem do Morumbi felizes, aliás, contra o River, já tinha feito isso, esse clima de Libertadores realmente fez toda a diferença. A gente vê a dúvida no início, "como o São Paulo vai se comportar?", "será que se vencer por um gol é legal? Dois ou três para ficar mais tranquilo...". Por quatro eu diria que só não vou bancar que o São Paulo resolveu essa fatura em casa primeiro porque é futebol, a gente tem que considerar o imponderável, e segundo porque o Toluca jogou desfalcado aqui. Embora o São Paulo tenha feito no meu modo de ver o melhor primeiro tempo do ano, superior até mesmo ao que fez contra o River aqui mesmo no Morumbi, precisa jogar. Mas o São Paulo deu um passo incalculável rumo à próxima fase.

Na próxima quarta-feira, dia 4 de maio, o São Paulo pode perder por até três gols de diferença. Se marcar um gol, o Toluca terá de marcar seis vezes para se classificar. Se o placar da primeira partida se repetir a favor dos mexicanos, o classificado será conhecido nos pênaltis. Mas Vilaron lembrou os 2.600 metros de altitude e a volta da equipe titular do adversário. Ao mesmo tempo, apontou o jogo impecável do setor ofensivo do time brasileiro.

- Atrapalha, isso é fato. E vale lembrar o comportamento do Toluca na primeira fase contra o Grêmio, que em casa, mesmo com um jogador a menos desde o primeiro tempo, fez uma pressão muito grande, não deixou o Grêmio jogar, e era mais ou menos esse estilo de jogo que a gente esperava ver. Mas, com cinco desfalques, fica difícil você manter essa intensidade, esse ritmo e entrosamento. Então, lá a história é diferente, não só pela altitude como pela formação do Toluca, que deve jogar com a equipe titular. Isso dificulta um pouquinho, mas sem dúvida alguma, quando você fica na dúvida de como o São Paulo vai se comportar sem o Calleri, por exemplo, e a gente viu a movimentação, todo mundo apareceu, três jogadores fazendo gol, o Ganso não marcou mas fez um “partidaço” também, do meio para frente foi praticamente perfeito.

Vilaron ainda avaliou o trabalho do argentino Edgardo Bauza. Ele lembrou o tempo que tem sido dado para o técnico trabalhar mesmo diante de tropeços e resultados ruins na temporada, e ainda o seu foco na vitória.

- Depois que ganha como ganhou hoje (ontem), a gente tende a contemporizar um pouco mais. O Bauza, como qualquer treinador, acertou bastante e errou em outras vezes. O Centurión entrou, fez uma grande partida, mas em alguns momentos ele acabou insistindo demais enaltecendo o poder de marcação do Centurión. E aí é uma questão conceitual. Acho importante que o jogador tenha multifunções, mas quando você escala de forma recorrente, no caso de um atacante, pelo bom poder de marcação, já existe uma distorção. E hoje (ontem) o Centurión provou que pode ser escalado porque é atacante, porque sabe fazer gols e participar das jogadas. Nesse momento em que o Bauza se adapta ao futebol brasileiro, se adapta ao confuso São Paulo, ele precisava de tempo, e está tendo esse tempo. E a tendência é que comece a mostrar resultados. Claro, não é aquele estilo de jogo que muitos torcedores do São Paulo sonham, de toque de bola, de beleza, embora hoje tenha sido um jogaço. Mas ontem ele mesmo destacou: "Não tenho preocupação de ser melhor do que o adversário, quero ganhar". Essa é a linha dele, isso quer dizer que ele não goste de jogar bonito? Claro que não, mas ele não faz questão, isso não é primordial para a estratégia de jogo dele. 

Fonte: GE

Comentários