Terça-Feira, 08 de Outubro de 2024

Votos de última hora facilitaram derrota de Dilma

Publicado em 23/10/2015
Por Marta Soares
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Dilma Rousseff/Reprodução

Como em várias importantes votações no Congresso, o governo da presidente Dilma Rousseff errou no cálculo de votos favoráveis e sofreu com traições de última hora que facilitaram a abertura do processo de impeachment contra a presidente neste domingo.  No PDT, nem ameaças de expulsão de parlamentares funcionaram: dos 19 deputados, seis votaram pelo impeachment e um se absteve.

Também no PR, no PP e no PSD a presidente sofreu com mais abstenções e votos pró-impeachment do que esperava.

Até o ex-ministro da Aviação Civil Mauro Lopes (PMDB), exonerado para ajudar o governo na Câmara, abandonou o barco de Dilma e votou contra a presidente. Não foi o único do PMDB que desembarcou do governo na última hora. Marco Antônio Cabral, filho do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, e Pedro Paulo, herdeiro político do prefeito do Rio Eduardo Paes, também abandonaram a canoa após promessa recente de fidelidade.

Pelo menos 13 deputados que haviam afirmado votar a favor do governo haviam mudado de lado em menos de 12 horas. A oposição tinha calculado só nove votos recuperados ao longo da madrugada.

>>>Bancada do Piauí se divide e dá 5 votos ao impeachment e 5 contra<<<

A bancada do Piauí na Câmara Federal votou por volta das 21h20h. Dos dez deputados, cinco foram contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e cinco a favor.

Quem primeiro usou o microfone para votar foi o deputado do PT, Assis Carvalho. O petista criticou duramente o presidente Eduardo Cunha e disse que ele pagará pelo mal que faz ao país. "Em defesa do Nordeste, do Piauí, da minha cidade de Oeiras, mas principalmente no combate à corrupção representado por Eduardo Cunha e Michel Temer eu digo: não a essa corrupção ridícula que envergonha meu país. Logo, logo Eduardo Cunha você estará pagando por isso atrás das grades pelo mal que faz ao Brasil".

Em seguida foi a vez de Atíla Lira (PSB) que resumiu sua fala a um voto de esperança. "Momento dificil para todos nós. O que me traz aqui é a decisão de renovação de esperança para o nosso país. Pelo meu estado, meu país, não vamos desistir do Brasil: eu voto sim", declarou.

Fábio Abreu (PTB) declarou que votou por suas convicções. "De acordo com as minhas convicções e em defesa das leis desse país eu voto não", disse.

O deputado Heráclito Fortes (PSB) afirmou que foi vítima do PT, mas negou que o voto fosse por rancor. "Esse pessoal sabe o que eu sofri nas mãos do PT de 2010 até agora. O voto que darei não é um voto de rancor, é o voto do futuro do Brasil. É o voto que o Brasil está exigindo. O voto em nome das ruas, portanto ele é sim", afirmou.

Alegando ser obrigada a seguir o partido, Iracema Portela (PP) votou pelo impeachment, mesmo afirmando estar triste. "Exclusivamente por orientação partidária, mas com sentimento de tristeza o meu voto é sim", disse.

Júlio César (PSD) falou do desajuste das contas públicas e dos desempregados do país. "Contra o desajuste das contas públicas, contra o mito da inflação e o desemprego, e a favor dos 10 milhões de desempregados do nosso país, em defesa dos 5.570 municípios e  para restabelecer a esperança do povo do Piauí e do Brasil, eu voto sim",afirmou.

Marcelo Castro, ex-ministro da Saúde, chamou o processo de forjado. Veja aqui

Paes Landim (PTB) apenas afirmou que não foi convencido de crime de responsabilidade. "Não me convenceram da existência de crime de responsabilidade. Eu voto não", declarou.

A deputada Rejane Dias (PT) falou em democracia e no respeito ao voto dos brasileiros que elegeram Dilma a primeira mulher presidente do país. "Pela democracia, pelo meu Estado e em respeito aos milhares de brasileiros e pelo Estado democrático de Direito e em respeito aos milhares de brasileiros que votaram em Dilma elegendo ela a primeira mulher presidente, eu voto não", destacou.

Rodrigo Martins (PSB) encerrou a votação do Piauí afirmando votar por homens e mulheres de bem. "Pelo futuro do povo do Brasil e em especial aos piauienses e em especial à cidade de Teresina. Em respeito a todos os homens e mulheres de bem que estão lutando por um Brasil melhor, eu voto sim", declarou.

Veja o voto da bancada do Piauí: 

O Piauí foi o 20º Estado a votar. A região Nordeste foi a última na lista de chamada dos parlamentares. 

Época/Cidade Verde

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