Tomado por forte comoção familiar, o julgamento de Martim Borges, acusado de ter assassinado o garoto Isaac José Luz de Sousa, no dia 03 de março de 2014, no bairro Pedrinhas, tem continuidade na tarde desta quinta-feira, dia 07, após parada breve de 40 minutos para almoço.
Sete jurados foram sorteados e compõem o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri.
Todas as testemunhas, tanto as cinco de acusação, como a de defesa, além de dois peritos, já foram ouvidos e interpelados pela juíza, acusação e defesa do acusado.
Após retornar da pausa para o almoço, o acusado foi ouvido e em seu depoimento afirmou que comprou a arma que matou Isaac no mesmo dia do ocorrido. A arma custou R$ 700,00, segundo Martim, que informou ainda que tinha a intenção de vender a arma.
“Após comprar a arma fui p casa e depois de mostrá-la à minha mulher, guardei, mas em seguida resolvi ver se ela não tinha algum defeito. Sentado no sofá de casa, com a porta entreaberta, eu comecei a olhar e quando fiz pressão ela disparou, tinha uma única bala. Quando ela disparou fiquei sem ação e depois fui ver onde a bala tinha acertado. Fiquei desesperado quando vi o Isaac caído. Corri, chamei minha mulher e pedi que chamassem o socorro. A única coisa que eu me arrependo foi de não ter ficado e socorrido, mas eu precisava sair dali”, disse o acusado.
Para o advogado Maycon Luz, o julgamento está transcorrendo dentro do esperado: “eu acredito na condenação do Martim, as provas são contundentes e as testemunhas fortaleceram a nossa tese. No momento em que o acusado manuseou uma arma de fogo com a porta aberta, tendo uma criança na frente, ele assumiu o risco de matar aquela criança. Ele precisa pagar a pena de homicídio doloso, quando se tem a intenção ou assume o risco de matar”, explicou.
A acusação espera que Martim seja condenado por três crimes: homicídio doloso, posse ilegal de arma de fogo e omissão de socorro. A expectativa é a de que ele seja condenado há pelo menos 20 anos de prisão.