Como se não bastasse a irregularidade do período chuvoso os agricultores picoenses ainda estão enfrentado dificuldades com a presença de larvas de mariposas nas lavouras nesse início de 2018, constituindo-se em verdadeiras pragas. Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Francisco Pereira de Sousa, o Tito, o ataque desses insetos é antigo, mas parece se ampliar em períodos de estiagem, como o vivenciado nos últimos seis anos.
“Aquela semente que foi plantada e colocada no solo e germinou, por ter pegado aquele período bom de chuva no começo de janeiro, está sendo consumido pela lagarta, então ficamos preocupados, porque o nosso agricultor acaba recorrendo a produtos químicos”, informou.
Segundo Francisco Pereira a situação é grave. No programa de rádio do sindicato transmitidos todos os domingos de manhã, ele garante que há a orientação para o não uso de produtos químicos, buscando alternativas aos pesticidas.
Tito até recomenda que ao invés dos pesticidas, os agricultores usem folhas do Nim. A receita seria amassar e colocar folhas dessa árvore bem comum na cidade de Picos de molho na água, e após um tempo usar o líquido para pulverizar a lavoura. Não há comprovação científica de que funcione. O vice-presidente se baseia no fato do Nim ser conhecida como uma árvore repelente.
A larva da lagarta está atacando especificamente os milharais que começaram a vingar com as primeiras chuvas do ano. Por ter folhas maiores e mais largas essa planta acaba servindo de abrigo e escondendo as larvas dos seus predadores naturais, como os pássaros. Uma vez que uma roça seja empesteada, a lagarta tende a avançar para as plantações vizinhas, como uma verdadeira doença contagiosa.
“Se apenas um agricultor extinguir a praga da sua lavoura e o vizinho não extinguir da dele, a larva acaba voltando para a plantação anterior”, explicou.
O motivo para a propagação da lagarta nas lavouras picoenses se deve a escassez da chuva. Quando esta cai em grande quantidade, a larva do inseto não fixa na planta e, assim, não há maiores problemas para o agricultor.